Transporte sobre trilhos: uma luz

OPINIÃO - Renato Mungo

Data 03/08/2021
Horário 04:30

Há muito tempo, somos relegados pela concessionária Rumo, que opera (na teoria) os trechos ferroviários de nossa região, em especial, o trecho Ourinhos x Presidente Epitácio, que conta com porto fluvial. Uma luz no fim deste túnel é a renovação da Malha Sul, onde Prudente está inserida. A UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) e a sociedade civil organizada têm cobrado insistentemente para que nossa região não seja mais fadada ao descaso.  
Quando a Rumo assumiu a concessão, foi acordado um compromisso de manutenção e condições de trafegabilidade. Com o passar dos anos, os trilhos não receberam o zelo obrigatório, e hoje não é difícil encontrar quilômetros de abandono, seja pela corrosão do tempo ou pelo vandalismo. Em alguns, há o roubo de parafusos que prendem os trilhos aos dormentes, remoção de taludes que dão sustentação aos trilhos e, pasmem, até edificações estão sendo construídas à beira da linha; sem o menor respeito ao patrimônio federal. 
As denúncias estão empilhadas na empresa Rumo, esquecidas como toda a região. São vários trechos subutilizados, e toda vez que apresentamos demanda/tonelagem, alega insatisfatória e majora a exigência, levando a uma busca sem fim. 
O desrespeito à obrigação contratual assumida é objeto de Execução, ajuizada pelo MPF desde 2010, cuja multa já está em cerca de R$ 120 milhões, aguardando decisão final da Justiça Federal local; posto que a Rumo se esquiva sobre argumentos de desiquilíbrio econômico contratual, dentre outros.
Outra possibilidade é que a Ferrovia Norte x Sul mantenha seu traçado originalmente “desenhado”, ligando os trechos de Estrela D´Oeste a Panorama - Presidente Venceslau - Maringá, para que também beneficie a região e contribua para o desenvolvimento.  
Segundo o cronograma informado, a Malha-Sul será submetida à consulta do Plano Nacional de Logística 2035, feito pela EPL (Empresa de Planejamento e Logística) e entregue ao Ministério da Infraestrutura. 
Não é incansável ressaltar que o funcionamento destes trilhos é sinônimo de investimento regional, e haverá aumento exponencial quando forem reativados, obviamente com os reparos necessários. Afinal, nossa região tem considerável produção voltada ao agro, somos rota dos portos de Santos e Paranaguá, e incomensurável capacidade de aumento com um transporte eficiente, hoje, sujeito somente às rodovias altamente pedagiadas.   
Tivemos a oportunidade de, dentre outras demandas, explanar e entregar recentemente ao atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, um breve estudo e a presente reivindicação. Esperamos a devida atenção à região!
O poder público, capitaneado por prefeitos e vereadores, deve se debruçar sobre a questão, e podem ter certeza que sociedade civil jamais estará conformada com qualquer isolamento acerca dos mecanismos eficientes de busca pelo desenvolvimento. Olhar para a região: o momento é agora!
 

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