“Tico-Tico no Fubá” 

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista made in Brazil 

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 29/12/2024
Horário 05:30

Uma das músicas brasileiras mais tocadas e gravadas mundo afora, com mais de 300 gravações, o choro “Tico-Tico no Fubá” já é centenário. Foi composto por Zequinha de Abreu em 1917. Ele morava em Santa Rita do Passa Quatro (SP), onde nasceu. 
Todo ano a cidade se lembra de Zequinha que usou um piano para compor “Tico-Tico no Fubá”. O piano pertence à família do compositor, que além do piano deixou outros instrumentos, como violinos. A família também possui recortes de jornais e um documento precioso. No caso, o documento é a partitura original do “Tico-Tico no Fubá”, que não deixa de ser um documento histórico.
É também importante lembrar que o choro está incluído na trilha sonora de sete filmes, segundo o Museu Zequinha de Abreu. Entre os filmes estão cinco produções americanas e duas nacionais. 
Os filmes americanos são “Saludos Amigos”, de 1942, “A Filha do Comandante”, produção de 1943, “Escola de Sereias”, de 1944, “Melodias Roubadas”, do mesmo ano, e “Copacabana”, de 1947, que tem Carmen Miranda no elenco e, claro, ela canta “Tico-Tico no Fubá” com a graça de sempre.
Já os dois filmes brasileiros são “Tico-Tico no Fubá”, de 1952, e “A Luta”, curta-metragem produzido em 2016. O filme de 1952, com o mesmo nome da música, retrata a paixão de Zequinha por uma mulher chamada Branca, vivida na telona por Tônia Carrero. O diretor é o italiano Adolfo Celi, então marido da atriz brasileira. 
Além do “Tico-Tico no Fubá”, outro grande sucesso de Zequinha foi a valsa “Branca”. Ele também ficou famoso com a valsa “Tardes em Lindóia”. No filme com o nome do choro, o compositor é interpretado pelo ator Anselmo Duarte. O filme é romanceado, a Branca real era outra. Zequinha compôs “Branca” em homenagem a uma menina de grande beleza, filha de um ferroviário da Companhia Paulista, segundo O Espadachim apurou.
“Tico-Tico no Fubá” está entre as músicas brasileiras mais tocadas e gravadas em todo o mundo, ao lado de “Garota de Ipanema”, de Tom e Vinícius, e “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso.
São mais de 300 gravações no Brasil e no exterior, principalmente nos Estados Unidos. Foram feitas duas letras para uma música que não tinha letra.
Uma das letras é a do Aloysio de Oliveira para o filme “Copacabana”, onde Carmen Miranda canta o choro. A outra cantora que gravou “Tico-Tico no Fubá” com outra letra diferente foi Ademilde Fonseca. O autor é Eurico Barreiros, que fala em um certo "seu Nicolau". Benedito Lacerda, com sua flauta, acompanha Ademilde.
Altamiro Carrilho e Pixinguinha também "levaram o passarinho na flauta", assim como várias orquestras, como as de Ray Conniff e Percy Faith, e instrumentistas entre os quais destaco Waldir Azevedo, Rafael Rabello, Benedito Costa, em impressionante performance com o cavaquinho, e Paco de Lucia, sem contar a Orquestra Filarmônica de Berlim.
Jazzistas também se encantaram com o tico-tico brasileiro. Uma das gravações é a do saxofonista Charlie Parker, que está mais para rumba do que para choro.  

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