"Sinal de Alerta"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 22/09/2020
Horário 06:23

Nestes tempos conturbados de desmatamento da Amazônia e fogo no Pantanal, vale à pena lembrar uma das primeiras novelas que abordaram a ecologia como seu tema principal: “Sinal de Alerta”. Escrita por Dias Gomes e exibida entre 1978 e 1979, às 22h, contava a história do perigo da poluição nas grandes cidades. Tião Bastos (Paulo Gracindo) tinha um enriquecimento rápido devido a uma fábrica de fertilizantes e inseticidas, a Fertilit, que é alvo de uma grande campanha a favor do meio ambiente, liderada pela sua ex-mulher, Talita (Yoná Magalhães), editora do Jornal Folha do Rio. O impasse toma corpo quando operários da fábrica, insatisfeitos com as condições de trabalho, vão às ruas com máscaras para denunciar os abusos do empresário, liderados por Consuelo (Isabel Ribeiro) e Adelaide (Ruth de Souza). Os conflitos conjugais da funcionária Vera (Bete Mendes) e seu marido Nilo Bastos (Eduardo Conde) também assumem relevância na história. A novela teve muitos contratempos: além do tema pesado que afugentou o público, foi levada ao ar às 23h por conta do Tribunal Regional Eleitoral. Foi a última novela do horário das dez da década de 70 que só seria retomado em 1983 com Eu Prometo. 

“Vendedores de ilusão”

A busca pelo resultado fácil em termos de saúde é algo que sempre ocorreu e que tomou corpo agora, com a exposição das mídias sociais. Buscam o corpo perfeito, o emagrecimento a jato, a juventude perdida, um rosto de ator de cinema, bumbum na nuca, e para isso, estão dispostos a pagar altos preços. Deste jeito criam forma, clínicas milagrosas rejuvenescedoras com tratamentos miraculosos, com utilização dos mais diferentes artifícios e métodos terapêuticos. Não importa o preço. Não importa se tem validade científica ou não. Não importa se está na cara que é golpe e falcatrua. Afinal, o que é o desejo primário da pessoa está sendo ofertado ali na tenda milagreira mais próxima. E quanto mais tecnológica a ação, maior o impacto de persuasão de resultados. Com o pretenso título de medicina alternativa, se disfarçam os mais variados tipos de picaretagem e charlatanismo, exercido por muitos profissionais graduados na área de Saúde, mas que enveredam por ações mercantilistas e de analfabetismo científico pleno. A medicina científica baseada em evidências precisa passar por um conjunto de etapas que devem ser cumpridas antes de um teste clínico no final. Este tipo de medicina é difícil, constantemente se modifica, se autoavalia, se mudam paradigmas e é preciso estudo contínuo. É mais fácil pegar uma modinha com termo exótico, baseado em algum conceito filosófico oriental e vendê-lo como uma panaceia revolucionária aplicável a todas as doenças. Uma população ingênua, desinteressada em ciência e passiva cai nos engodos absurdos que estão por aí. Ultrajantes, inúteis para pacientes com doenças e com transtornos sérios e muitas vezes alimentados por clientes ególatras que se pavoneiam em pagar caríssimo pela última porcaria do mercado (e se sentem bem, afinal não têm problemas nenhum). Cuidado com tratamentos exóticos: pesquise. Por que só aquele doutor alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado é que faz? Um cientista das redondezas? Ou um mercantilista? Fiquem vigilantes. 

Dica da Semana

Televisão

“Laços de Família”:
O Vale a Pena ver de Novo está reexibindo a segunda reprise de “Laços de Família” nas tardes da Globo após 20 anos do original. A novela de Manoel Carlos estrelada por Vera Fischer, Reynaldo Gianecchini e Carolina Dieckmann é uma oportunidade de rever grandes talentos que já faleceram: Leonardo Villar (Pascoal), Umberto Magnani (Eládio), Marly Bueno (Olívia), Yara Lins (Nilda), Cléa Simões (Irene), André Valli (Onofre) e Fernando Torres (Aléssio). E ainda participações episódicas de José Lewgoy, Ana Ariel e Luiz Bacelli. Talento eternizado. 
 

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