Às meninas e meninos: Qual a última vez que se reuniram em roda com pais e amigos para contar histórias e lendas do Brasil? Outra: Nesta semana, fizeram cirandas e recitaram cantigas de roda? Se a resposta da primeira pergunta estiver distante nas lembranças e da segunda for um “não!”, não se assuste, é reflexo da modernidade. Essas práticas que, nos dias de hoje, estão se perdendo, são fundamentais para a propagação da cultura popular, do folclore, das lendas e mitos como Iara, Curupira, Mula-sem-cabeça, Saci Pererê e muitos outros.
Importante se lembrar! A nossa região também é rica em expressões folclóricas. O professor de ciências humanas, Marcos Lupércio Ramos, 57 anos, lembra que “o conjunto de elementos folclóricos de um país é o que dá a cara para esse país, é o que identifica em termos de cultura”, o que não é diferente para o oeste paulista. Assim como na Amazônia, a Iara nada pelas águas dos rios e o Boi Bumbá dança e gira na festa de Parintins, no oeste paulista a cultura sertaneja predomina, ainda que venha sofrendo com a perda de suas raízes.
Quem nunca ouviu um ancião falar do vizinho que era Lobisomem? Ou que nas moitas de bambu, é que mora o Saci? Ou ainda histórias de terror do Chupa-cabra? Até hoje a figura do monstro é responsabilizada por gados que são mortos, por onças ou animais do tipo.
Lupércio dá aulas na Escola de Ensino Integral Joel Antônio de Lima Genésio. No colégio, eles realizam atividades relativas ao Dia do folclore, celebrado hoje, em uma colaboração entre a coordenadora Iracema Neri, os professores de ciências humanas e da natureza. “Trabalhar os elementos do folclore nacional é dar cara ao país. Vamos trabalhar textos folclóricos, lê-los, discuti-los, temos que trazer essa percepção e destacar esse olhar”.
Não são só lendas
O professor lembra que não só de lendas se faz o folclore. Você frequenta quermesses? Festas juninas? Então conhece muito bem! Essas festas tradicionais também são parte da cultura, que as crianças e jovens devem aprender, se interessar e mantê-las vivas no imaginário popular. “É coisa nossa, coisa do Brasil, é você pensar o povo, esse povo tem uma origem, esse povo tem uma história, o folclore é uma maneira de resgatarmos isso”.
Crianças e jovens, conversem mais, contem histórias, lendas urbanas, desenhem as figuras que representam nosso país, nossa região, nosso povo, vocês mesmos. Perguntem aos pais as antigas lendas que eles ouviram dos avós, eles vão te contar, se ainda não fizeram, foi pela correria dos dias de hoje. Neste texto de perguntas, resta somente uma: Há quantos minutos você checou as mensagens do celular?
Foto: Paulo Miguel
Folclore é tema das aulas em escolas do país no mês de agosto