“Presidente Prudente perdeu a gestão plena dos recursos de saúde, e precisamos recuperar”

GLAUCO JOSÉ BAZZO (PTC) - CANDIDATO A PREFEITO EM PRESIDENTE PRUDENTE

Eleições - GABRIEL BUOSI

Data 13/10/2020
Horário 07:00
Cedida - Major Glauco é candidato a prefeito pelo PTC
Cedida - Major Glauco é candidato a prefeito pelo PTC

O Imparcial dá sequência a uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Presidente Prudente. A partir de um sorteio realizado com representantes dos concorrentes, foram decididas as datas das entrevistas, que ocorreram entre os dias 1º e 9 de outubro, e as datas das publicações, sempre às terças e quintas-feiras, entre 13 e 29 de outubro. A entrevista de hoje é com o candidato Glauco José Bazzo, Major Glauco, do PTC (Partido Trabalhista Cristão), que aos 52 anos busca a eleição ao lado de Cacilda Magalhães, nome escolhido para ocupar o cargo de vice-prefeita.
Para esta sabatina com os candidatos, foram acordadas oito perguntas, sendo seis delas iguais para todos e outras duas que devem levar em consideração as experiências sociais e políticas do candidato. Casado e com ensino superior completo como grau de instrução, Major Glauco segue com o partido isolado, sem composição de coligação, em mais uma corrida eleitoral, visto que já se candidatou ao cargo de vereador, em 2012, mas à época não foi eleito. Confira abaixo a entrevista.

Caso receba a confiança do eleitorado prudentino para ocupar a cadeira, qual deverá ser o projeto carro-chefe dentro do seu plano de governo? 
O carro-chefe do nosso plano é a seriedade e transparência da máquina pública e investir naquilo que é a principal obrigação da administração pública municipal, que é a saúde, pois estamos vendo que nesta pandemia, infelizmente, não estávamos preparados para isso, mas acredito que devemos nos preparar para próximas possíveis pandemias, já que, se olharmos a história, neste século já tivemos cinco epidemias de gripe, então, precisamos nos preparar que virão outras. Além de outra principal função da administração pública municipal que é a educação, e a infraestrutura da cidade, já que precisamos rever algumas situações de trânsito para melhorar algumas vias de acesso do município, para evitar estrangulamentos como existem em alguns horários de pico, e colocar as contas em dia para começar a trazer os benefícios à população de maneira gradual e definitiva. 

Os alagamentos no Parque do Povo são um problema frequente no município. Em julho deste ano, um empréstimo no valor de US$ 46,8 milhões foi aprovado junto ao Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata) e o processo, entre outros fatores, depende agora da contrapartida de 20% acordada em contrato. Se eleito, pretende dar andamento às negociações com o Fonplata? Como pretende viabilizar as obras para sanar esse problema tão antigo na cidade? 
O Parque do Povo é um problema crônico da nossa cidade, ali é um córrego natural que foi canalizado e o que ocorre é que a primeira vez que foi canalizado, isso foi de forma aberta, tinha um vão maior para o escoamento da chuva, e depois ele foi fechado. Com o fechamento dessa tubulação, a capacidade de escoamento diminuiu. Precisamos fazer um estudo para a readequação da tubulação, para ver qual tubulação deve dar conta do volume de água que chega e também melhorar o escoamento da região do estacionamento do Prudenshopping. Também precisamos estudar a viabilidade de aumentar a vazão que tem por aí, pois se eu não tenho vazão, vai aumentando o alagamento do Parque do Povo.

Há relatos de empresas que desistem de se instalar em Presidente Prudente ou até mesmo migram para municípios ou Estados vizinhos por alegarem falta de incentivo fiscal. Isso, além de prejudicar a arrecadação do município, consequentemente tem impactos na geração de empregos e em toda a cadeia produtiva. Quais serão as propostas para que empresas se sintam atraídas a virem ou permanecerem em Prudente? 
A primeira coisa é diminuir a burocracia. Temos ouvido de empresários que para abrir uma firma em Presidente Prudente demora no mínimo dois meses. Essa burocracia atrapalha qualquer novo empreendimento, então, a primeira coisa é diminuir essa burocracia, para depois sentar com os setores e ver o que podemos fazer, e tentar arrumar isso dentro da legalidade, para propagar em seguida o nome da cidade para o resto do Brasil, de maneira que atraia os investidores, para mostrar aquilo que temos de bom. Temos um polo comercial, um comércio atuante, setor de serviços muito bom, qualidade de vida boa, região mais segura do Estado de São Paulo. Colocando em ordem a burocracia e acertando demais ponteiros, iremos atrás de novos empreendedores, aproveitando os pontos positivos que já temos. 

Prudente, ao longo dos anos, ainda não conseguiu encerrar as atividades do aterro sanitário. Enquanto isso, a atual gestão aposta no Cirsop (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista) para reverter a problemática dos resíduos urbanos. Como pretende resolver a questão e dar andamento nas negociações? 
Temos que ver as possibilidades ecológicas. Existem estudos falando que é possível readequar aquela região para que não haja mais tanta contaminação no solo, que já existiu. Existem outras pesquisas e possibilidades e equipamentos, criados para aproveitar o lixo e gerar a partir dele matéria orgânica, como materiais de construção. Há uma máquina na região de Londrina (PR) que consegue pegar o material e processar ele para que vire tijolos e telhas, por exemplo. Além disso, diminuir o lixo da nossa cidade, com coleta seletiva, cooperativas de reciclagem, separação do lixo orgânico dos demais, e tudo isso em uma política de adequação e conscientização do cidadão, para que se diminua o lixo sujo, para que o lixo limpo parta para a reciclagem, o que gera empregos. Uma usina de biogás também é uma possibilidade, tem muita coisa, é questão de investimento. 

O que o senhor promoverá, no âmbito financeiro, para equilibrar os cofres públicos? 
Primeiro é fazer uma auditoria para saber quais os gargalos e como está sendo usado esse dinheiro. A partir disso, cortar gastos. Queremos a diminuição de comissionados e secretarias, que pretendemos diminuir de 17 para 11, e buscar investimentos, como na saúde. Temos que rever nossa gestão, pois perdemos a gestão plena dos recursos de saúde e isso pode trazer mais dinheiro se conseguirmos recuperar. Melhorando as contas da Prefeitura, poderei pleitear mais coisa, e melhorando também a questão da vinda de empresários, por exemplo, vai aumentar a arrecadação e renda da Prefeitura, bem como possibilidades de manuseio da verba pública para benefícios à cidade. 

A região de Presidente Prudente é considerada uma das mais seguras do Estado de São Paulo. Como militar de reserva, quais são seus planos para fortalecer as políticas de segurança pública na capital do oeste paulista e minimizar os índices de criminalidade? 
A segurança pública é de competência do Estado, não nos interessa interferir nisso, mas sim, em fazer parcerias com a polícia. Temos uma polícia muito competente e de oficiais que moram por aqui, o que faz com que eles se interessem por manter segura a cidade em que vivem. Nos interessa, por isso, fazer parcerias. Um exemplo é a possiblidade de contratação desses policiais nas horas de folga, que prestam serviços de vigilante. Queremos explorar ainda o sistema Orion da Polícia Militar, que é uma forma muito boa de informar a municipalidade daquelas pequenas alterações que estão acontecendo nos bairros. A corporação frequenta todos os níveis sociais, e com o deslocamento, o policial vê, por exemplo, um buraco na pista, ele passa pelo sistema Orion e faz um relato do que encontrou no caminho. Esses dados chegarão na Prefeitura, o que permitirá reformas. 

O senhor também é médico e tem passagem pela Secretaria Municipal de Saúde. Na sua avaliação profissional, quais são as deficiências da rede municipal de Saúde e, se eleito, como pretende saná-las?
Sim, iremos sanar. Percebo que Presidente Prudente perdeu a gestão plena dos recursos de saúde, e precisamos recuperar. A gestão plena é quando o município vai administrar as verbas que vêm do SUS (Sistema Único de Saúde). No SUS, 50% da verba vêm da União, 25% do Estado e 25% do próprio município. Hoje, os 50% da União vão para o Estado, pois perdemos a gestão plena. Ao meu modo de ver, como médico, falta uma estrutura de atenção secundária, que é um hospital de base. Vamos conseguir construir um? Não sei, mas precisamos viabilizar a atenção secundária, que Prudente não tem. Tínhamos a Santa Casa que fazia esse serviço, mas que não faz mais. Ou a gente tenta ver se há a possibilidade de vir verbas para a construção do hospital, ou então fazer parcerias com hospitais que tem aqui, principalmente a Santa Casa. Pois o Hospital Regional é um hospital de atenção terciária, é especializado, ele é regional e não de Prudente. 

Por qual razão o eleitor deve colocar a máquina pública em suas mãos? 
Eu acho que apresento condições que me dão a possibilidade de fazer uma boa gestão. Queremos fazer aqui o que o governo Bolsonaro tem feito no âmbito federal, uma gestão com transparência, seriedade e de forma que o cidadão tenha acesso aos serviços públicos de qualidade, fazer um governo de transparência e que as pessoas estejam tranquilas em relação à prestação de serviços municiais. Acho que pela minha experiência como prudentino, acredito que tenho a capacidade de gerir e fazer uma boa administração. 

Calendário de divulgação das 
entrevistas feito por meio de sorteio

Hoje, 13 de outubro
- Nelson Roberto Bugalho (PSDB) 
- Glauco José Bazzo (PTC) 

15 de outubro
- Juliano Borges (Podemos)
- João Felício Figueira (PRTB) 

20 de outubro
- José Lemes Soares (PDT)
- Luís Valente (PT)

22 de outubro 
- Marcos Lucas (Avante)
- Ed Thomas (PSB)

27 de outubro 
- Fábio Sato (MDB)
- Guilherme Piai (PSL) 

29 de outubro
- Laércio Alcântara (DEM)
- Paulo Lima (PSD)

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