Pontal: a força do agronegócio

OPINIÃO - Renato Michelis

Data 14/02/2023
Horário 04:30

A 10ª Região Administrativa de Presidente Prudente ocupa 23.780,14 km² (2,378 milhões/ha) ou 9,58% do território paulista. É composta por 53 municípios, sendo 21 destes, integrantes da região do Pontal do Paranapanema, a qual ocupa uma área aproximada de 12.000 km² (1,2milhão/ha).
Da pioneira cultura do café, passando pelo apogeu do amendoim em rotação com o algodão, até a maior em área plantada, que é a canavieira, muitas outras culturas tiveram e ainda têm sua vez, inclusive a mais recente, batata-doce. Estas lavouras, atreladas à pecuária [que outrora era extensiva], trouxeram grandes frigoríficos para a região, como o Bordon, Kaiowa e JBS; além de agroindústrias como a Sanbra, Anderson Clayton, Lotus e Matarazzo.
Temos terras de topografia plana, solo equilibrado e de fácil manejo; índices pluviométricos que, apesar de sofrer com alguns veranicos pontuais, fornecem ótimas condições de desenvolvimento a diversas culturas e pastagens, ainda mais com o uso das técnicas de irrigação modernas. Temos também uma localização geográfica próxima aos grandes portos de exportação, com bons acessos e de fácil escoamento, seja por vias terrestre ou fluvial, isto se, finalmente fosse efetivada a hidrovia Tietê-Paraná. Nosso potencial para o agronegócio é enorme e, ainda assim, até o momento, responde por apenas 8% do PIB (Produto Interno Bruto) produzido na região.
Em grande parte, o atraso que tivemos nessa área foi devido à insegurança jurídica originada pelo problema fundiário que nos acomete há décadas, e que finalmente está por acabar com a Lei da Paz no Campo - nº 17.557/2022.Com esta lei, os proprietários poderão, de forma onerosa, regularizar suas áreas, ficando assim documentados de forma irrefutável, e ainda gerarão recursos ao erário público. O momento é promissor, haja vista, já possuímos os mecanismos legais e o apoio do governo estadual para efetivarmos a tão sonhada segurança jurídica ao produtor rural de nossa região.
Como morador urbano e não sendo possuidor de imóvel rural na região, podem me perguntar: qual a mportância disso para mim? Que diferença faz em minha vida se o campo produz mais ou menos? A resposta é simples: faz toda diferença, e posso explicar:
Produção de base, tais como a agricultura, pecuária bovina e de outros animais, psicultura,  laticínios, fruticultura, canavieira, silvicultura, entre outras, além de suprir e alimentar nosso povo, servindo nossas mesas, também produz por si só, empregos e riqueza para a região em que é exercida. Não bastasse essa inexorável realidade, o agronegócio tem o poder de trazer fortes investimentos na indústria de transformação, beneficiamento e transporte de seus produtos, gerando ainda mais desenvolvimento e empregos à população limítrofe. Podemos ver essa simbiose entre o mundo rural e o urbano, por exemplo, nas cidades onde o agro é forte, tais como Maringá e Ribeirão Preto.
O agronegócio é gerador de enormes riquezas e há muito vem se transformando também em agente de preservação ambiental. Um exemplo é o projeto para o uso de biometano, gás produzido a partir de resíduos da cana de açúcar, implantado na parceria Usina Cocal e GasBrasiliano. Sem dizer que sobre o setor recai um dos mais severos códigos ambientais do mundo, transformando o produtor rural no principal responsável por buscar formas cada vez mais sustentáveis de produção, exigindo de todos mais tecnologia, produtividade e sustentabilidade. É o campo que nos alimenta, é o campo que pode e vai alavancar nossa 10ª RA no ranking econômico do Estado.
 

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