Minha mãe fala isso. “- Tudo que eu planejei, saiu diferente do planejado, o que tiver que ser será, deixa acontecer.” Ela tem lá suas razões! Nem tudo o que se planeja sai como o script, não é mesmo!?
Ela só se esqueceu que o planejamento dela, por mais que não tenha sido atingido em sua totalidade, deu todo o norte de onde ela gostaria de chegar. É claro que o planejamento não é uma condição sem possibilidades de mudança, fixo e rígido, deve sim ser reajustado a cada fator incontrolável ou que não prevíamos.
Assim como minha mãe, existem diversas empresas que sempre deram certo, sem processos, sem objetivos claros, sem se quer uma análise SWOT (técnica de planejamento estratégico) para entender a realidade da organização. Tem planejamento para tudo, e fazemos isso muitas vezes ao dia, porém no automático, sem estruturar, avaliar, acompanhar e mensurar.
Mas quando falamos de negócios, o planejamento precisar ser compartilhado, para que todos sigam no mesmo propósito, e consigamos corrigir o que não deu certo, ou que precisa ser ajustado.
Com permissão da licença poética de Renato Russo, em trecho de uma de suas composições, que a frase de reflexão no refrão diz, e uso aqui em alusão a esse texto “Que tudo era para sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba”. Sabe quando acaba nos negócios? Quando a empresa começa a crescer, mas não consegue se estruturar por falta de capacidade organizacional, com diversas atividades manuais, dependentes de pessoas em processos ineficazes, e que são elas as responsáveis pelos riscos, e passível ao erro. Talvez planejamento!?
Nessa hora, faltam alicerces orientados para o crescimento, começa a ruir o “sempre deu certo assim”. E aí, ficam notórias algumas ações como a estagnação e involução com propósitos claros e sólidos; investem muito mais, já que poderia ter investido menos se tivesse planejado melhor suas ações no passado, para conseguir virar a chave e alavancar; e perde tração e mercado, e tende a fechar as portas se não se reinventar com urgência; É…, tem pessoas ou negócios que só aprendem na dor!
Pena que essa dor para uma organização penaliza todos os envolvidos, que muitas vezes abandonam os projetos, por não se sentirem capazes de resolver tanto incêndio não planejado. O esforço da gestão nesse sentido é ainda mais difícil, não só de gerir as mudanças culturais, mas alinhar todo o time em uma nova dinâmica e processos organizacionais coerentes com o crescimento. Exige muita coragem e força de vontade de todos os envolvidos. São tantas as variáveis e situações, que às vezes ainda penso... Será que precisa de planejamento mesmo? O que você acha?