Organizador da Feira Conexão Síndico 2024, que será realizada nos dias 30 e 31 de agosto, no salão social da OAB Prudente, Luciano Carrera Silva, 53 anos, casado, pais de dois filhos, é casado, bacharel em Direito com especialização em Direito Comercial e Síndico Profissional pela FGV, atuando no ramo desde 2000. Nesta entrevista, ele fala sobre os objetivos e impactos da Conexão Síndico, além de oferecer insigths sobre a inclusão social dentro dos condomínios.
Luciano, o que motivou a escolha do tema "Inclusão Social nos Condomínios" para a Conexão Síndico 2024?
A escolha pelo tema veio de um insight do meu filho Cauã, estudante do último ano de Direito, que no meio de um bate-papo, me indagou sobre como eu estava tratando a inclusão social em meus condomínios. Nesse momento, um precipício se abriu debaixo dos meus pés, me deparei com a realidade de que nada estava fazendo.
Quais são os principais objetivos da feira deste ano em relação à inclusão social?
É trazer com clareza, informações sobre o TEA (transtorno do espectro autista) ao maior número de pessoas possível, principalmente pessoas envolvidas com o dia a dia condominial.
Você pode nos dar um panorama do que os participantes podem esperar das palestras e mesas redondas programadas?
Os participantes serão convidados a conhecer um mundo novo, um mundo onde saber lidar com diferenças vai fazer a diferença, vai descobrir que autismo faz parte do mundo, e não é um mundo à parte.
Como você acredita que a inclusão de pessoas autistas pode ser melhorada nas comunidades condominiais?
A melhoria nas comunidades condominiais virá no momento em que todos souberem conviver com um autista e respeitar seus limites, suas vontades, e procurar participar mais da inclusão que deve ser urgente. A família do autista, assim como ele, precisa desse espaço e auxílio!
“As pessoas que escolheram morar em condomínio sabem que viver em sociedade exigerespeito muito maior ao próximo “
Poderia explicar quais são os direitos das pessoas autistas que serão abordados na mesa redonda de sábado?
Prefiro deixar que os profissionais que estarão na mesa redonda falem, pois tenho até medo de abordar o assunto de maneira errada, pois é muito complexo!
Qual é a importância de envolver não apenas síndicos e subsíndicos, mas também familiares, neste tipo de evento?
A família, por ser base, deve saber que seu sobrinho, afilhado, neto é uma pessoa como outra qualquer, e que apenas deve ter cuidados especiais e ter seu espaço respeitado, e não reservado! Saber que a qualidade de vida do portador de TEA vai depender muito do mundo que lhe será apresentado, e que hoje, pouco se pode apresentar, por não conhecerem...
Como a Conexão Síndico 2024 está se preparando para garantir que o evento seja acessível a todos?
Um evento leve, com didática e abordagens específicas, sem tratados teóricos e sim, o dia a dia que deve ser inserido na vida das comunidades condominiais. Papo reto!
Você pode compartilhar algumas práticas recomendadas que os síndicos e gestores devem adotar para promover a inclusão social em seus condomínios?
O papel principal do síndico é promover a participação de todos ao mundo TEA, sempre de forma que venha a agregar e não gerar um capacitismo, para não prejudicar. Dar visibilidade aos recursos de identificação (crachás, vagas de garagens, headfones) e placas com identificação de que a sociedade que ali reside conhece e sabe conviver com diferenças.
Qual é a sua expectativa em relação à participação do público nesta edição da feira?
Espero que as pessoas levantem comigo essa bandeira, e que surpreenda a vontade, e não a quantidade!
Como você vê o papel dos condomínios na construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa?
As pessoas que escolheram morar em condomínio, a princípio, já sabem que viver em sociedade exige respeito muito maior ao próximo, então fica fácil incluir, pois a porta está aberta!
Quais foram os principais desafios enfrentados na organização desta edição da feira, especialmente em relação ao tema da inclusão?
Juro que achei que seria muito difícil, encontrar pessoas que se dispusessem a nos fomentar com tantas informações, mas descobri que a inclusão tem força própria! Descobri amigos engajados a demonstrar tudo de bom que pode ser feito sobre o tema, e estarão à disposição de todos para bate papos e questionamentos.
Por que você se tornou síndico?
Me tornei síndico por ver o desprezo com que muitos tomavam a frente dos condomínios do qual eu morava ou era proprietário, surgindo um desejo de ver as finanças e benfeitorias no residencial sempre em crescimento .
Você tem alguma mensagem final que gostaria de deixar para os leitores e potenciais participantes da Conexão Síndico 2024?
A princípio, a mensagem que gostaria de deixar é que tenho descoberto a cada dia, quão relapso eu fui com síndico, em não dar visibilidade a um assunto tão borbulhante e que pede atenção! O autismo faz parte do mundo, e não é um mundo à parte!
“Descobri amigos engajados a demonstrar tudo de bom que pode ser feito sobre o tema da inclusão”
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