Daniella tinha apenas 22 anos e já estava em seu apogeu. Tinha simplesmente tudo: beleza, juventude, talento, fama, vida confortável, amigos, amor e felicidade. Era uma verdadeira vida de princesa moderna, batalhadora, um sonho real conquistado. No entanto, junto com o brilho vem a sombra da inveja, da cobiça destruidora, da amargura violenta. Interromperam o sonho de Daniella e de milhões de brasileiros que sonhavam junto com ela de forma brutal, monstruosa e inexplicável. A presença física de Daniella se esgotou e os milhares de novos capítulos de uma vida linda não existiram... foram roubados, num roubo burro em que os criminosos não carregam para si as qualidades que foram tiradas. Os atrozes perversos não se tornam belos, não ficam jovens, e nem passam a ter talento e felicidade, afinal, o objetivo não era ter, mas sim que ela não tivesse. A sensação patológica do incômodo de ver a perfeição no outro enquanto tem que se amargar com as migalhas malfeitas de si. A justiça capenga os trancafiou por poucos anos, livrando-nos enquanto sociedade por pouco tempo de sua convivência maligna. Agora rastejam seus restos de vida se esgueirando do passado, exigindo o perdão legal de sentença cumprida, como se fosse possível apagar da memória de uma nação, um crime hediondo ocorrido sob os holofotes da TV. Vivem nas sombras de uma Daniella que levita suave, poderosa, para sempre jovem, para sempre talentosa, para sempre amada. Hoje, Daniella teria 50 anos e não conheceu tantas coisas que seus contemporâneos, como eu, puderam conhecer. Se Daniella pudesse acordar de seu sono, veria um mundo mudado em tecnologia: não conheceu celular, DVD, Internet, TV Digital, mundo monitorado. Contudo, também iria ver que outras centenas de Daniellas continuam tendo seus sonhos interrompidos por um mundo cada vez mais violento, desumano e impiedoso. Continue em seu novo sonho Daniella, porque cada dia é uma nova dor de dias não vividos por você e de dias não vividos com você. (Homenagem à Daniella Perez e às milhares de vítimas de feminicídios que tiveram sua velhice roubada).
“Bicho do Mato” foi uma das primeiras telenovelas das 18h da Rede Globo levada ao ar em 1972, escrita por Chico de Assis e dirigida por Moacyr Deriquém. A trama contava a história do matuto Juba (Osmar Prado) que cresceu vivendo livre no mato, tendo como tutor o índio Iru (José de Arimathéia) após seus pais terem sido assassinados. Seus planos de vingança ao assumir a fazenda dos pais acabam sendo suavizado quando ele se apaixona pela doce Ruth (Débora Duarte). Osmar Prado tinha a chance de protagonizar sua primeira novela e Mário Gomes estreou na emissora com esta novela. Em 2006, a Rede Record realizou uma nova versão da novela com André Bankoff no papel principal.
Dica da Semana
CD – Música
Germano Mathias – Tributo #PartiuZePelintra:
Edição Independente Tratore. O sambista paulistano recebe este tributo em vida (aos 87 anos de idade) com a parceria inusitada de diversos astros como Gilberto Gil, Fafá de Belém, Zeca Baleiro, Zélia Duncan e Leila Pinheiro, em canções clássicas do samba da garoa. Lata de Graxa, Malandro Não Vacila e Malandro de Araque dentre outras: “Ai que saudade da batucada feita na lata de graxa...”