"Nunca fui santa"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 24/09/2024
Horário 08:09

Marilyn Monroe continua sendo um ícone eterno do cinema. Com sua graça, beleza, sensualidade e vida curta (36 anos), eternizou seu nome e continua uma lenda dos filmes. Dentre suas melhores atuações se destaca o filme de 1956, “Nunca Fui Santa” (Bus Stop), uma comédia dirigida por Joshua Logan e co-estrelada por Don Murray. Na trama, um jovem cowboy que nunca teve uma namorada se apaixona por uma cantora de reputação duvidosa, que sonha em fazer sucesso em Hollywood, mas que se apresenta em bares de segunda categoria. Na primeira oportunidade, ele já lhe propóe casamento tão logo termine as festividades do rodeio que está acontecendo, mas inexperiente, acaba fazendo a proposta de maneira grosseira. Para apaixonar-se e reapaixonar-se pela figura eterna de Marilyn Monroe, exuberante como a cantora Cherie. 
    
“Você não tem mais idade para isto!”
Muitas vezes as regras sociais e de comportamento são muito mais cruéis do que as mais severas punições do Código Penal: não podemos isto ou aquilo de acordo com um conjunto de códigos e restrições que nem sempre representam nossas vontades individuais, mas sim, as pressões de um coletivo opressor sufocante. Um rol de restrições é imposto por motivos culturais, religiosos, sociais ou mesmo econômicos, mas também muitos deles se demonstram simplesmente pela idade. Quantas vezes já não ouvimos e até mesmo disseminamos ideias como: você não tem mais idade para usar short curto, mulher velha não combina de cabelo comprido, aquela não se enxerga de usar blusa de alcinha ou aquele tio se acha um garotão para se comportar de determinada forma. Ora bolas, todos podemos fazer o que quisermos, na idade que tivermos. 
Um mundo etarista de direitos, onde jovens podem tudo e idosos ficam com cacos e migalhas, também se reflete em maneiras de agir e simples vontades individuais. Jovens em sungas e biquínis, e idosos de burca sob o sol escaldante brasileiro é algo bem próximo do que se poderia imaginar no que é apropriado quanto à idade. Não é à toa que precisamos ressignificar a velhice, porque não tem nada que irmane mais os diferentes do que o passar do tempo. Gordos e magros, brancos e pretos, homens, mulheres, gays, pobres e ricos: todos vão envelhecer... se tiverem sorte (e não azar, como a sensação atual que temos). O etarismo nada mais é do que a classificação antecipada e errônea das pessoas quanto ao seu possível potencial e direitos em relação única e exclusiva da faixa de idade. Chegamos ao cúmulo de até mesmo quem combate o etarismo, alardear a quatro ventos, o direito de ser jovem. Errado. Não se pode querer ser jovem para sempre. Queremos poder viver plenos em qualquer idade. E que se cancelem os preconceitos. 

Dica da Semana

Filmes - Streaming

“As Três Filhas”: 
(His Three Daughters). EUA. 2023. Direção: Azazel Jacobs. Com Carrie Coon, Natasha Lyonne, Elizabeth Olsen. Três irmãs distantes se reúnem num pequeno apartamento em New York para cuidar do pai doente e as emoções explodem. Produção recente da Netflix. 

 

Publicidade

Veja também