Estende-se a crise no transporte público em Presidente Prudente. A terça-feira foi de surpresa para a população que utiliza o serviço e não encontrou nenhum ônibus nas paradas. Isso porque, segundo o Sintrattepp (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região), a Prudente Urbano aguarda a conclusão do contrato de locação dos veículos por parte da Prefeitura.
Em nota, a municipalidade informou que, diante do "descumprimento do acordo por parte da Prudente Urbano, sem qualquer comunicação prévia à Prefeitura e aos cidadãos", a administração municipal tem buscado agilizar o máximo possível o processo de análise e definição da nova empresa que irá assumir, em caráter emergencial, o serviço de transporte coletivo da cidade.
Segundo o Executivo, os trabalhos ocorrem neste momento na Sefin (Secretaria Municipal de Finanças), com envolvimento da Seajur (Secretaria de Assuntos Jurídicos e Legislativos) e também da Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana). "Cabe lembrar que sete empresas apresentaram propostas [cuja abertura ocorreu nesta segunda]. Assim que houver a definição, o município irá comunicar oficialmente a nova prestadora de serviços", expõe.
A Prudente Urbano, por sua vez, afirma que o contrato de concessão foi extinto no dia 2 de dezembro, conforme decisão judicial proferida após a manifestação da Prefeitura, que concordou com o pedido da empresa de rescisão. Assim, desde então, o poder público é o exclusivo responsável pela prestação dos serviços de transporte municipal, aponta a concessionária.
"Em consideração à população e à necessidade do transporte público, a antiga concessionária disponibilizou sua frota para utilização do poder público, entretanto, não recebemos a formalização, por meio de contrato, da Prefeitura", esclarece.
A empresa acrescenta que a Prudente Urbano não pode mais, legalmente e por força da decisão judicial, prestar os serviços de transporte público, e, ademais, a concessionária ainda está tomando conhecimento da situação econômico-financeira e do estado dos ônibus deixados pela Prefeitura, após mais de quatro meses de gestão direta na empresa, devido à intervenção, quando toda a diretoria da empresa foi afastada.
"Lamentamos o transtorno causado à população e o descaso com que a mobilidade urbana e o antigo contrato de concessão foram tratados pela Prefeitura, resultando nesse contexto de inércia com o cidadão prudentino", pontua.
Na quinta-feira da semana passada, a Justiça, por meio do juiz Darci Lopes Beraldo, determinou o rompimento do contrato entre a Company Tur Transporte e Turismo Ltda. – a Prudente Urbano – e a Prefeitura. No dia seguinte, a administração municipal publicou o decreto 32.578/2021, que declara situação de emergência do serviço em razão da rescisão contratual, como forma de atenuar o cenário até a contratação emergencial de uma nova empresa para operar o serviço. Porém, no final de semana, não teve circulação do transporte público.
A O Imparcial, no sábado, a Prudente Urbano informou que deixou à disposição da administração municipal todos os seus ônibus e funcionários, a fim de que o poder público mantenha a operação do serviço até que uma nova empresa seja contratada, "evitando assim a interrupção total do serviço essencial de transporte público à população". Um dia depois, a Prefeitura se posicionou e anunciou a retomada do serviço no começo da semana com 25 carros, atendendo a 19 linhas por toda a cidade. Eis que chega a terça-feira e, novamente, a população não encontra veículos em circulação.