O filme policial noir (subgênero que envolvia tramas misteriosas e de suspense, com ambientação urbana, criminal, com anti-heróis e mulheres fatais) teve um de seus ápices neste filme de 1949 estrelado por James Cagney: “Fúria Sanguinária” (White Heat), dirigido por Raoul Walsh. Na história, o sádico e excêntrico líder de uma gangue, Cody Jarret (Cagney) vive à sombra da mãe dominadora (Margaret Whycherly), e maltratando sua namorada loira interesseira (Virginia Mayo), planejando crimes enquanto tem dores de cabeça lancinantes. Após um roubo a trem sem sucesso, ele vai parar na cadeia, e as autoridades plantam na cela de Cody, um policial à paisana (Edmond O´Brien) disposto a disparatar a quadrilha. A cena final com Cody em cima de um reservatório de gasolina em chamas, dizendo “Ei mãe, estou no topo do mundo”, ficou clássica.
“Geração Sanduíche”
O termo Geração Sanduíche tem sido utilizado para definir os adultos comprimidos pelas demandas de filhos e pais idosos, sendo predominantemente representada pelas mulheres. Mudanças demográficas e sociais no mundo inteiro têm tornado comum, a presença de famílias prensadas em responsabilidades nos dois extremos: de filhos jovens e até netos, que demandam atenção e recursos financeiros constantes, bem como de pais idosos, com limitações e necessidades de zelos especiais pelas perdas físicas e mentais que ocorrem ao longo do envelhecimento. Nos Estados Unidos, um em cada quatro adultos se encaixa nesta definição ensanduichada: que cuidam de pais idosos ao mesmo tempo em que têm filhos menores de 18 anos, ou mesmo acima desta idade, mas ainda dependentes financeiramente. A idade mais propensa para esta Geração Sanduíche é entre 40-50 anos, e não há dados estatísticos oficiais sobre este contexto no Brasil, mas com certeza ele ocorre com frequência. Como as pessoas estão vivendo por mais tempo, e acabam tendo filhos mais tarde, é mais comum que vivam esta situação de terem ao mesmo tempo filhos pequenos e pais idosos, tendo que lidar com o contexto de cuidados de duas gerações simultaneamente. Além disto, as famílias têm ficado progressivamente menores, e os cuidados não podem ser divididos com outras pessoas. Outro fator, é que uma boa parcela de jovens tem adiado a saída da casa dos pais, porque demoram mais para obter sua independência financeira. Estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que as mulheres gastam 10,4 horas a mais que os homens com cuidados domésticos e tarefas relacionadas aos cuidados não remunerados com pessoas. O acúmulo de funções com trabalho, cuidados domésticos, cuidados com o filho e com pais idosos acabam por esgotar física e emocionalmente os adultos nestas condições. As pessoas não têm mais tempo para si porque dedicam todas as suas horas para estas múltiplas demandas e solicitações, e ainda com a constante sensação de cobrança. Somam-se a isso as avós ensanduichadas, que além de tudo têm que cuidar de netos enquanto seus filhos trabalham. Quem cuida de quem cuida?
Dica da Semana
Novelas - Streaming
“Espelho Mágico” – Fragmentos:
Estreou na Globoplay no Projeto Fragmentos, a exibição de seis capítulos da novela “Espelho Mágico”, exibida em 1977, de autoria de Lauro César Muniz. A trama relatava bastidores das novelas, com histórias de atores, diretores e autores com a participação de vários nomes de peso na dramaturgia brasileira, como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Sônia Braga, Yoná Magalhães, Juca de Oliveira, Tony Ramos e Lima Duarte entre vários outros.
