“Foi uma das piores noites da minha vida”, relata prudentina sobre furacão

Ela conta que por quatro horas seguidas os ventos eram tão fortes que achou que em algum momento o telhado da casa onde reside com os três filhos e o marido ia ser levado

PRUDENTE - ALINE MARTINS

Data 10/10/2024
Horário 14:41
Foto: Reprodução/Cedida
Elaine: “vídeos e imagens não fazem jus ao que presenciamos e vivemos”
Elaine: “vídeos e imagens não fazem jus ao que presenciamos e vivemos”

“Foi uma das piores noites da minha vida. Um pesadelo”. Este é o relato da jornalista prudentina Elaine Soares Bock, 35 anos, que há 10 mora na área da Bahia de Tampa, uma cidade chamada Lutz, na Flórida, e presenciou a passagem do Furacão Milton. Ela conta que por quatro horas seguidas os ventos eram tão fortes que achou que em algum momento o telhado da casa onde reside com os três filhos e o marido ia ser levado. “Foi muito forte. Nunca, neste tempo que moro por aqui, vi uma tempestade tão grande, ventos tão intensos. O barulho, as árvores. Enfim, tudo muito assustador. Foi horrível”, conta Elaine que já trabalhou neste diário.
“Hoje o peito está até doendo, porque foi tão tensa a noite que acordei chorando de gratidão por ter conseguido passar por tudo. Por outro lado, já recebi notícias de conhecidos que perderam a casa, que árvore caiu no telhado e não vai poder voltar para casa hoje, que vai precisar arruma lugar para morar. Estamos hoje contando as nossas bênçãos que são muitas. E, não é porque somos melhores que ninguém, mas é só porque Deus é misericordioso”. 
E da próxima vez que souber que o furacão será tão perto da casa dela, Elaine garante que vai sair dali e ir para outro local. “Não quero passar por isso de novo. Foi no limite do que a nossa casa e nossos nervos podem aguentar”, ressalta.
Grata, agradece a Deus por poder contar essa história. “Estamos aqui, graças a Deus. Meus pais que estão nos visitando, sobreviveram ao furacão mais poderoso do mundo. Sou grata pelas orações”. 
Enfatiza ainda que tem imagens do furacão, porém, não consegue transmitir a realidade. “Tenho vídeos e imagens, mas não fazem jus ao que presenciamos e vivemos. Foi no escuro. Só quem estava aqui conseguiu sentir o quão potente foi esse furacão”, finaliza.

O furacão
Descrito como um dos furacões mais potentes das últimas décadas e temido devido ao alto potencial de destruição, o Milton passou pela Flórida por cerca de 12 horas em que causou diversos estragos. Conforme a Folhapress, o olho do furacão saiu pela costa leste do estado, segundo boletim divulgado pelo NHC (Centro Nacional de Furacões, na sigla em inglês), e os ventos seguiam rumo às Bahamas. Uma autoridade local fala em ao menos 4 mortos. O governo do estado ainda não havia confirmado estas vítimas.
Considerado "extremamente perigoso", o Milton já tinha provocado danos antes de chegar à terra firme. Ao longo desta quarta, a Flórida foi atingida por ao menos 19 tornados, fenômenos que ocorreram devido à mudança do clima e da aproximação do furacão, segundo especialistas.
Na madrugada, os ventos destruíram o telhado do Tropicana Field, o estádio do time de beisebol Tampa Bay Rays. O local foi adaptado para socorristas atenderem a potenciais vítimas, com camas de emergência espalhadas pelo gramado. A chegada do Milton ocorreu num momento em que a Flórida ainda não se recuperou completamente do Helene, outro furacão que impactou a região há duas semanas e deixou mais de 230 mortos e milhões de pessoas sem energia. 

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