Um dos pontos mais visitados no Dia de Finados, no Cemitério Municipal São João Batista, é o túmulo da menina Berta Lúcia, que nasceu no dia 15 de novembro de 1939 e faleceu em 1944, após o diagnóstico de meningite. Conta-se que um descendente de japonês foi curado de uma doença por Berta, ao solicitar bênçãos, e construiu o pequeno memorial como forma de agradecimento. Hoje pela manhã, mesmo em meio à pandemia, alguns fiéis seguiram até a sua capela e depositaram brinquedos, roupas, fotos, entre outros objetos, como um pedido ou forma de agradecimento por uma bênção recebida.
A história da garotinha é conhecida desde o seu falecimento, pois conta-se que ela, ainda pequena, já apresentava diferenças em relação às outras crianças de sua idade. Prestes a completar 77 anos de sua partida, é impossível estar no local e não sentir uma presença de paz, e mais gratificante ainda é ver a fé no Divino por intercessão de Berta Lúcia.
Lá, a reportagem encontrou a dona de casa Leonor Sasso Amiçe, 76 anos, que não mediu esforços para manter a tradição. Para ela, a “santa prudentina” já realizou diversos milagres. “Faz muitos anos que eu frequento sua capela. Quando eu soube que ela era milagrosa, eu comecei a vir aqui e fazer pedidos muitas vezes atendidos por ela”, explica a senhora que, inclusive, nasceu no mesmo ano em que Berta faleceu, em 1944. “Eu já fui agraciada com trabalho para os meus filhos, além da saúde de todos nós. Ela já me abençoou muito”, completou Leonor.
Fé por intercessão de Berta Lúcia também foi relatada pelo auxiliar de serviços gerais, Valter Bispo da Silva, 65 anos, que mais um ano manteve a tradição de visitar a capela da pequena menina. Segundo ele, após problemas nos joelhos, situação a qual mal conseguia andar, decidiu clamar pela misericórdia da criança. “Sempre passava por aqui e uma dessas vezes eu vi uma senhora que pediu para que eu fizesse um pedido para a menina. Neste dia, eu fiz o pedido e mal consegui ficar de joelhos para rezar, mesmo assim eu continuei, eu insisti e hoje eu estou curado. Hoje, eu consigo rezar e agradecer pelo meu pedido que foi atendido por ela”, afirmou.
Além da capela, outro cantinho especial também atrai seus devotos. Trata-se de uma torneira que é aberta pelos seguidores que acreditam que a água tenha efeitos milagrosos. “Vai pela fé que seu milagre é atendido”, reforçou Valter. Como de costume, durante todo o dia, a capela de Berta Lúcia recebe inúmeros fiéis que seguem até o local para realizar um pedido ou agradecer por uma bênção recebida.
Fotos: Weverson Nascimento
“Ela já me abençoou muito”, diz a dona de casa Leonor
Valter teve uma cura por intercessão da “santa prudentina”
