“Eu vou levar este clube para a Série A1”, diz presidente do Grêmio, após eliminação na A2

André Garcia detalhou os desafios financeiros do Carcará, reformulação do elenco para Copa Paulista, saída de Sérgio Guedes e indicou que seu principal objetivo é levar o clube à elite do futebol estadual 

Esportes - CAIO GERVAZONI

Data 11/03/2025
Horário 19:44
Foto: Caio Gervazoni
André Garcia conversou por cerca de uma hora com a imprensa, no Prudentão  
André Garcia conversou por cerca de uma hora com a imprensa, no Prudentão  

Na tarde de hoje, o presidente do Grêmio Prudente, André Garcia, concedeu uma longa entrevista coletiva na sala de imprensa do Estádio Paulo Constantino, Prudentão, onde, após a eliminação do clube na Série A2, detalhou os desafios e perspectivas para o Gavião Carcará. 

Garcia cravou que irá levar o Grêmio Prudente à disputa do Paulistão. Ele também abordou desde a difícil realidade do calendário até questões contratuais dos atletas que jogaram a A2, e parcerias com o poder público, com a possibilidade a concessão do Prudentão ao clube. 

O hiato até a Copa Paulista

Após a queda do Grêmio na A2, André Garcia indicou que “a Copa Paulista é a realidade agora”. Com o início da competição previsto para 15 de junho, o Carcará ficará por cerca de três meses sem atividades intensas, o que ele ressaltou como um “momento muito ruim para a continuidade do clube”. Essa lacuna no calendário obriga a equipe prudentina a repensar sua estratégia para a temporada 2025, inclusive com a liberação dos atletas para que possam seguir para outros clubes e continuar trabalhando. “Não temos como manter os jogadores 60 dias em casa até começar uma nova pré-temporada”, disse o mandachuva do Carcará.

Reestruturação do elenco

Em meio às incertezas, o presidente explicou que, mesmo havendo atletas que ele gostaria de manter para um possível retorno na próxima Série A2, a realidade da Copa Paulista impõe restrições financeiras e operacionais. Assim, cerca de oito jogadores, que poderiam ser recontratados no futuro, terão que ser liberados, já que na perspectiva de André Garcia manter um elenco grande em um período de inatividade não é viável diante dos compromissos com folha salarial e as oportunidades no mercado de transferências.

“A realidade do Grêmio Prudente hoje, infelizmente, é de férias. É de uma pausa no calendário até que possa iniciar a Copa Paulista. E também sobre a Copa Paulista, ficou definida a participação de 32 clubes. E o regulamento prevê que os oito primeiros de cada divisão, A1, A2, A3 e A4, serão esses 32 clubes que vão compor. Caso haja alguma desistência, aí é chamado imediatamente o próximo clube. Então, ao pé da letra, a gente não tem a vaga ainda. Óbvio que, historicamente, sempre há essas desistências. Então, muito provavelmente, vai surgir essa vaga para nós. Mas, se a gente fosse pegar o regulamento mesmo hoje, nem isso a gente tem. Então, infelizmente, é um momento de rescisões contratuais”.

A saída de Sérgio Guedes

A despeito do cenário conturbado com a vaga no mata-mata da A2 escapando na última rodada, Garcia também abordou a questão da saída do experiente Sérgio Guedes, indicando que o acordo com o treinador foi exclusivamente para a Série A2. Ele ressaltou que Guedes não foi demitido nem pediu demissão. “Foi uma situação muito tranquila, onde havia um acordo para ele exercer a função aqui na Série A2 e ponto. Às vezes é diferente da realidade de um Campeonato Brasileiro, de outras grandes competições, onde você faz contratos de dois, três anos”.

Desempenho da A2 e os bastidores do Carcará

O presidente foi sutil nas críticas à performance do elenco na A2, mas reconheceu que “faltou alguma coisa” para evitar a eliminação já na primeira fase. Segundo ele, a dificuldade de se montar uma equipe de destaque na Série A2 é natural, pois é inviável contratar dezenas de jogadores de alto nível, ao que ele chamou de “pedra A”, sem que haja erros. Garcia fez referência às contratações do Caio Mancha e do próprio Sérgio Guedes, que inicialmente receberam elogios, mas que, com o passar do tempo, não corresponderam às expectativas da torcida prudentina.

“A REALIDADE DO GRÊMIO PRUDENTE HOJE, INFELIZMENTE, É DE FÉRIAS. É DE UMA PAUSA NO CALENDÁRIO ATÉ QUE POSSA INICIAR A COPA PAULISTA”
André Garcia

Ainda nesse contexto, o dirigente citou conversas com jogadores como o zagueiro Diogo Jussani – que admitiu não ter jogado o seu melhor futebol – e destacou que, muitas vezes, faltou “personalidade” e a capacidade de “pôr a bola debaixo do braço”. Ele ressaltou que, embora os erros possam ser analisados com a vantagem do retrospecto, o desafio de montar um elenco consistente permanece, especialmente em um campeonato com tantas variáveis e equilibrado como a Série A2.

Desafios financeiros e logísticos

Outro ponto mencionado pelo mandachuva do Carcará foi o alto custo operacional enfrentado pelo clube. Com uma logística que incluiu rodar cerca de 8.000 km (quilômetros) pelo Estado de São Paulo ao longo da A2 e gastos de aproximadamente R$ 80 mil apenas com o fretamento do ônibus, Garcia destacou que a renda líquida dos jogos – muitas vezes dependente da bilheteria – não é suficiente para cobrir as despesas do clube. 

“Isso é uma realidade de um clube de A2. E por aí não está muito diferente. Só que a cobrança é alta né? Todo mundo quer subir, quer ter um time maravilhoso dentro de campo, quer ver um grande espetáculo quando chega aqui e às vezes falta esse entendimento sabe de, 'pô nós vamos sofrer mesmo, vai ser difícil'”. 

“Eu vou levar este time para a A1"

Mesmo diante das campanhas sem sucesso na Copa Paulista 2024 e na A2 2025, André Garcia demonstrou otimismo e firmeza em continuar à frente do Carcará. “Eu ‘tô’ firme e forte, não estou pensando em desistir. Quero levar esse clube para a Série A1”, declarou, enfatizando que, embora este não seja o ano e nem necessariamente o ano que vem para a promoção, a meta de alcançar a elite do futebol paulista permanece inabalável. Ele também ressaltou que foi reeleito presidente e seu compromisso com o clube se estenderá até 2027.

Parceria com o poder público

André Garcia ressaltou a importância do relacionamento com o poder público para o futuro do clube. Com uma relação “muito boa” com o prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã (Republicanos) – que, segundo ele, está disposto a discutir a concessão do Prudentão –, Garcia explicou que a administração do estádio pelo clube pode representar uma oportunidade para reduzir os custos públicos e melhorar a infraestrutura do estádio. 

Essa parceria, conforme Garcia, é fundamental para que o clube se adeque às exigências da FPF (Federação Paulista de Futebol), especialmente para os times que almejam a Série A1, onde as condições dos estádios se tornam ainda mais rigorosas.

 


 

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