“Estrela da Manhã”: A cada minuto, novas  informações sobre a história do missionário

Filme mostra os trabalhos de monsenhor Nakamura, entre 1928 e 1940, quando ele morou em Machado, e saía para realizar missões itinerantes; hoje ele é alvo de processo de beatificação

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 16/05/2024
Horário 08:45
Foto: Cedida
Domingos Nakamura faleceu em 1940, no sítio Guaiçara, em Álvares Machado, aos 75 anos
Domingos Nakamura faleceu em 1940, no sítio Guaiçara, em Álvares Machado, aos 75 anos

O longa-metragem conta a história e o legado do primeiro missionário católico japonês no Brasil. Com 58 anos, monsenhor Domingos Chohati Nakamura (1865-1940) veio do Japão em 1923 e, em 1928 se instalou em Álvares Machado, no sítio Guaiçara, com o objetivo de ajudar e evangelizar os imigrantes e descendentes radicados no país. 

Os resultados desse trabalho incansável movido pela fé são os diversos milagres creditados ao missionário após sua morte em 1940 e a instauração, em 2009, de um processo de beatificação solicitado pela Pastoral Nipo-brasileira (Panib), que nos dias de hoje tramita junto ao Vaticano. A beatificação representa o primeiro passo para que uma pessoa possa ser canonizada. 

“Esta relevância, que o fez santo no imaginário popular, motivou, após relatos de graças, o processo de beatificação. Ficamos bastante felizes ao ouvirmos de clérigos que o documentário pode ser útil ao único processo de beatificação instaurado na Diocese de Presidente Prudente”, relata o jornalista e repórter do filme, Vinícius Coimbra.

Apesar de ter como figura central um padre, os autores asseguram que a produção não é religiosa.  “Nossa intenção desde o início foi criar um documentário que tivesse relevância entre a população do oeste paulista'', explica a jornalista e diretora de produção, Letícia Petile. “Minha impressão é de que o filme pode ser útil para a sociedade em vários aspectos, na educação, na cultura e na religião também”, completa a jornalista e diretora de arte, Victoria Domingos.

O padre partia de Álvares Machado para realizar missões itinerantes, percorrendo longas distâncias de maneira precária a fim de visitar colônias japonesas e dar suporte espiritual no interior de São Paulo, Sul de Minas Gerais, Norte do Paraná e Mato Grosso do Sul. “Esse trabalho não só fala da história de um homem, mas também de um povo. O documentário organiza todos esses acontecimentos e entrega mais do que um filme, uma súmula da história”, aponta o jornalista e diretor de fotografia, João Lucas Martins.

Mais detalhes

O conteúdo reúne 21 entrevistas em 22 horas de gravação. Dentre os entrevistados estão figuras como Dom Ettore Capra, postulador da causa de beatificação do monsenhor Nakamura no Vaticano, na Itália, e o padre João Batista Aoki, estudioso da história do missionário e ligado à causa da beatificação, diretamente de Tóquio, no Japão. Essas duas entrevistas foram gravadas com a ajuda de colaboradores. 

O documentário ainda conta com materiais de arquivo históricos cedidos pela TV Fronteira e jornal O Imparcial, além de uma trilha sonora original, produzida exclusivamente para o filme.

Com aproximadamente duas horas de duração, “Estrela da Manhã” foca nas realizações do padre entre os anos de 1928 e 1940. “Trata-se de um longa-metragem que a cada minuto traz novas informações sobre a história do missionário. Apesar de exaustivo, este trabalho de apuração é a alma do filme”, orgulha-se Marco Vinicius Ropelli.

“Monsenhor Nakamura não só falava de Deus e pregava o evangelho de nosso senhor Jesus Cristo, ele vivia aquilo que pregava. Então quando se fala sobre a sua aura de santidade podemos traduzir isso para o seu testemunho”, explica padre Jurandir Lima, um dos responsáveis pelo processo de beatificação.

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