“Essencial para a educação das nossas crianças é a retomada do projeto Cidadescola”

MILTON CARLOS DE MELLO, TUPÃ - CANDIDATO A PREFEITO DE PRESIDENTE PRUDENTE

Eleições - MELLINA DOMINATO

Data 03/09/2024
Horário 05:30
Foto: Mellina Dominato
Tupã está na corrida eleitoral pelo Executivo de Prudente pelo Partido Republicanos
Tupã está na corrida eleitoral pelo Executivo de Prudente pelo Partido Republicanos

Ex-prefeito de Presidente Prudente, por dois mandatos, em 2008 e 2012, Milton Carlos de Mello, Tupã, quer retomar a cadeira do Executivo nas eleições de 6 de outubro, desta vez pelo PR (Partido Republicanos). Engenheiro, casado, aos 61 anos conta com o apoio da maior coligação da capital do oeste paulista, formada por oito siglas. A “Todos por Prudente” é composta, além do PR, pelo Solidariedade, PRD (Partido Renovação Democrática), Federação PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e Cidadania, Progressistas, PSD (Partido Social Democrático) e PL (Partido Liberal). Desta última sigla, o PL, vem seu vice, José Osanam Albuquerque Junior, até então sem histórico no cenário político. Servidor público federal, ele é casado e tem 59 anos.

Nesta entrevista exclusiva a O Imparcial, Tupã responde a oito perguntas, sendo seis questionamentos iguais para todos os seis candidatos à Prefeitura da capital do oeste paulista, e outros dois formulados por este diário de acordo com as experiências sociais e políticas dos concorrentes. Como forma de deixar o conteúdo final de forma mais semelhante possível, foi estipulado pela direção um tempo médio de um minuto e meio para cada resposta, não sendo permitidos ataques a outros postulantes na sabatina. A ordem de publicação das entrevistas nas edições dos dias 3, 5 e 10 de setembro, foi definida em sorteio. Confira:

O Imparcial - Caso eleito para assumir a cadeira do Executivo, qual deverá ser o projeto carro-chefe dentro do seu plano de governo?

Tupã - Bom, o primeiro projeto nosso seria a questão de zeladoria. Nós precisamos colocar a nossa cidade em ordem, ou seja, desde a operação tapa-buraco, limpeza pública, manutenção das praças, manutenção das escolas, manutenção das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Então, são várias coisas que nós temos que fazer e vamos fazer. Eu acredito que em 200 dias nós possamos colocar Prudente em ordem e que Prudente passe novamente a ser referência no quesito “limpeza”, na questão “beleza” da cidade. É isso que nós vamos fazer. Além de tudo, sanear as finanças. 

Os alagamentos no Parque do Povo são um problema que ainda persiste no município. Se eleito, que medidas pretende adotar para sanar esse problema tão antigo?

Primeiro fazer um projeto definitivo, um projeto feito por especialistas. Nós já temos a noção exata mais ou menos do que ocorre ali. Nós teríamos que fazer ali umas caixas de contenção, melhorar o sistema de drenagem que acessa no Parque do Povo. E, o mais importante, é que nós, na vinda do governador Tarcísio de Freitas, ele se comprometeu a nos ajudar a terminar de vez com essas questões do Parque do Povo. E nós vamos acabar com essas questões de alagamento do Parque do Povo. O que precisamos, volto a citar, é um projeto definitivo, um projeto feito por especialistas, engenheiros hidráulicos, que possam nos dar um apanhado geral para que possamos fazer um orçamento dessa obra e, aí sim, irmos atrás do governo do Estado para que ele nos ajude com os recursos. 

A falta de incentivos fiscais ainda é uma justificativa para que novas empresas deixem de se instalar em Prudente. Quais são as suas propostas a fim de que a cidade se torne um polo atrativo para investimentos e geração de empregos e renda?

Primeiro, nós temos que conversar com quem gera emprego em Presidente Prudente. E quem que gera emprego em Prudente? Os empresários, o comerciante... Nós precisamos dar condições para eles para que eles possam aumentar a sua capacidade de produção, consequentemente, gerar mais empregos. Nós temos que ser parceiros. A Prefeitura de Prudente não pode ver o empresário ou o comerciante como adversário ou como pessoas que não querem o bem. Lógico que eles querem o bem da nossa cidade. E, para isso, nós temos feito reuniões com os empresários, com o grupo Lidera, com a Associação Comercial, para ver o que nós precisamos fazer, o que o poder público pode ser parceiro. Um exemplo, na área central, quadrilátero central, nós temos graves problemas de fiação, nós temos problemas de lixo, nós temos problemas de iluminação, temos problemas de segurança. Isso cabe a quem resolver? Cabe ao poder público, não aos comerciantes. E, a mesma situação, em relação aos empresários: incentivos, trazer mão de obra qualificada, oferecer cursos para que eles possam aumentar a sua capacidade de produção. O que precisa ter é diálogo. Nós precisamos saber que Prudente tem que ser governada por todos, e o prefeito tem que ouvir todos os segmentos da sociedade. 

O que o senhor promoverá, no âmbito financeiro, para equilibrar os cofres públicos? 

Primeiro, nós temos que ajustar as contas da Prefeitura. A Prefeitura é como uma empresa, é como uma residência, um lar. Você não pode gastar mais do que se arrecada. Ou seja, a Prefeitura de Prudente fez compromissos sem aumento de arrecadação. Subsídio para as empresas de transporte. Isso não estava previsto. A Prefeitura gasta hoje praticamente quase R$ 30 milhões de subsídios. Ou seja, não tem arrecadação e você gasta R$ 30 milhões? Você terceiriza serviços que eram executados pela Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento). Quer dizer, a Prudenco ela já existe, então foi-se terceirizar serviços. Isso não é o caminho. Uma máquina enxuta, uma máquina que possa ter pessoas competentes e que, principalmente, vai buscar recursos fora, a nível de governo federal, a nível de governo estadual, para que o caixa da Prefeitura possa ser aliviado, cumprindo assim com os compromissos com os funcionários públicos, com os fornecedores. É isso que nós queremos e vamos fazer, colocando gente capacitada para administrar as secretarias, e sob o comando do prefeito. O prefeito tem que saber a situação atual do município e como ele vai administrar. E é matemática. Recebeu? Gasta. Não recebeu? Não se gasta. Esse é o princípio de tudo. 

A Cidade da Criança e o Parque Aquático são equipamentos com alto potencial turístico, mas precisam de manutenções para que voltem a ser usufruídos pelo público. Caso eleito, como pretende trabalhar para que o complexo volte à plena operação? 

Primeiro, quanto que custa para fazer essa recuperação da Cidade da Criança e do Parque Aquático? Ninguém sabe. A primeira coisa é os engenheiros da Prefeitura elaborarem um orçamento para vermos quanto que isso vai custar para a Prefeitura. Na verdade, não é nem custar. Quanto que é esse investimento para recuperar? Até porque o Parque Aquático e a Cidade da Criança são fontes de receita para o município. Podemos partir para a parceria público-privada? Podemos. Mas, desde que isso seja benéfico para a Prefeitura, para a população prudentina. Nós não podemos criar uma parceria público-privada, sendo que a Prefeitura fica com o ônus. Nós não vamos fazer isso. E se não der certo com as parcerias? Nós vamos atrás de recursos. Ministério de Turismo, Secretaria de Turismo, nós temos que fomentar o turismo. Se nós não possuímos, por questões de logística, grandes empresas aqui em Presidente Prudente, nós temos que fomentar o turismo. Na nossa região, nós temos vários exemplos: turismo religioso, cavalo quarto de milha... O que nós precisamos? É conversar com os comitês que geram essas festividades para que o poder público seja parceiro. E é isso que nós vamos fazer. 

O senhor já foi prefeito de Presidente Prudente por dois mandatos. Há algum projeto que não conseguiu cumprir nas ocasiões e deseja retomar caso retorne à Prefeitura? 

Olha, o que nós havíamos programado, nas duas vezes que fui prefeito, foi praticamente tudo cumprido. O que nós queremos retomar agora? Um projeto essencial para a educação das nossas crianças é a retomada do projeto Cidadescola. Por quê? Nós podemos dar um ensino de qualidade para as nossas crianças. Cidadescola é o contraturno. A criança vai aprender outra atividade fora da sala de aula. Ela vai ter atividades esportivas, culturais, empreendedorismo, ou seja, nós vamos preparar essa criança para a sua adolescência. Ao mesmo tempo, nós queremos fomentar o emprego, o primeiro emprego para o nosso jovem. Como que nós podemos fazer isso? Primeiro, preparando esse jovem, qualificando como uma mão de obra diferenciada, descentralizando, levando esses cursos de formação para os bairros de Prudente. Nós não podemos nos concentrar só na cidade, nós temos que dar oportunidade para os bairros, para os distritos, para que essa pessoa possa se preparar. E uma segunda questão: sermos parceiros dos empresários para que eles possam nos ajudar, para que eles possam dar oportunidade para o primeiro emprego para o jovem. Ao mesmo tempo, fomentar a tecnologia. Nós somos um exportador de mão de obra, de tecnologia. Nós possuímos as melhores faculdades do Brasil e exportamos esses funcionários. Nós temos que criar mecanismos para que essa mão de obra fique em Presidente Prudente. 

O senhor tem como candidato a vice um policial federal aposentado. Diante disso, quais são seus planos para fortalecer as políticas de segurança pública na capital do oeste paulista?

Olha, eu posso afirmar com toda convicção que Presidente Prudente é uma cidade segura. Os índices indicam isso. E a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Federal, elas fazem um trabalho exemplar aqui na nossa cidade. Como que nós podemos melhorar isso e vamos fazer? Na nossa época dos dois mandatos, nós assinamos um acordo com a Polícia Militar onde nós tínhamos a Atividade Delegada. Essa Atividade Delegada foi diminuída a praticamente zero. O que nós queremos? Voltar a fortalecer essa parceria com a Polícia Militar. São pessoas que são preparadas para fazer segurança, podem zelar pelo patrimônio público, podem zelar pela segurança nos bairros. E o que precisa? É fazer parceria e pagar. Porque são policiais que vão estar à disposição da Prefeitura, nos pontos onde a Prefeitura acha que deve ser, ouvindo a Polícia Militar, que é quem tem a expertise disso. Então, nós vamos, sim, fortalecer a Atividade Delegada em Presidente Prudente. Tenho certeza. Se já é bom, nós vamos melhorar mais ainda. 

Por qual razão o eleitor deve colocar a máquina pública em suas mãos?

Olha, na verdade, todos têm direito de ser candidato, isso é democracia. Nós temos uma experiência de oito anos. Eu fui seis anos secretário de obras. Penso que tenho um conhecimento da nossa cidade muito grande, como engenheiro e, depois, como prefeito. O que nós, naquela época, falávamos com a população, praticamente tudo nós atendemos. O nosso plano de governo foi cumprido à risca. E é o que nós queremos fazer. A administração, a candidatura do Tupã e do Osanam, ela está sempre e vai até o final da campanha apresentando propostas. Propostas para melhorar a vida da população prudentina. E nós temos capacidade de melhorar a vida da população prudentina. Como? Com uma equipe competente, com parcerias com o governo do Estado, com parcerias com o governo federal, com os nossos deputados. O que precisa ter é projeto e vontade de trabalhar. E isso nós temos: muita vontade de trabalhar, muita vontade de servir a população prudentina, como servimos por oito anos. 

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