Tradicionalmente, a palavra "escola" nos remete a um espaço físico, com salas de aula, professores e tarefas. Desde muito pequenos, aprendemos que uma aula é um espaço onde um professor ensina determinado conteúdo a um grupo de alunos.
Na era digital, a ideia de "escola" se expandiu ainda mais. Com o acesso à internet, temos a capacidade de aprender a qualquer hora e em qualquer lugar. Plataformas on-line, redes sociais e vídeos educativos adicionam novas dimensões ao nosso aprendizado. A tecnologia nos permite não apenas consumir conhecimento, mas também compartilhar ideias e experiências, criando um ciclo contínuo de aprendizado colaborativo e um leque enorme de possibilidades de ampliação do conhecimento do planeta e das sociedades que o habitam.
Mas as escolas dependem cada vez mais de grande quantidade de dados armazenados e processados pelas plataformas digitais, que se transformam em diversas formas de ganhar dinheiro com um produto, serviço ou conteúdo. Afinal, as plataformas digitais operam com uma variedade de modelos de negócios, incluindo publicidade (Google, Facebook), taxas de transação (eBay, Uber), assinaturas (Netflix, Spotify) e vendas diretas (Amazon). Isso lhes permite capturar a riqueza gerada em múltiplas fontes, processo denominado de plataformização do mercado mundial. Há quem acredite que esse é um processo irreversível que levará à extinção das escolas, das bibliotecas, dos livros. Será?
Sabemos que uma informação manipulada, em lugar de esclarecer, confunde. O mundo das bolhas é uma fábrica de fábulas e mitos. A ideia difundida, por exemplo, que vivemos numa “aldeia global” ou o fim das fronteiras e a existência de uma cidadania universal. Pelo contrário, o mundo transformado pelo mercado das plataformas explora as pessoas através do endividamento e está deixando as crianças doentes. É por isso que muitas escolas começam a despertar pelo desencanto com as técnicas, acompanhada por uma gradativa recuperação do bom senso. Celulares estão sendo desligados e armazenados fora da sala de aula. É a volta do caderno e do lápis, da leitura coletiva e em voz alta. Mais do que isso, é a descoberta de que a escola vai muito além desses limites formais e está presente em cada esquina, em cada encontro e em cada desafio.
A escola que todos nós possuímos é, na verdade, um microcosmo do mundo e a escola como parte do mundo propõe um aprendizado mais holístico e integrado às experiências reais da vida. É a escola mais conectada com o que acontece no mundo. É a escola no mundo, é a escola com o mundo.