Tirando os primeiros anos de vida, todo mundo tem uma missão à medida que cresce: tornar-se autossuficiente, ou em outras palavras, cuidar da própria vida.
E a exigência desta difícil condição aumenta conforme a vida adulta se aproxima, mesmo com muitas resistências.
Eu vejo muito isso em meus alunos. Como professor universitário eu lido com a galera que está bem pertinho de não ter mais desculpas. Ou seja, assim que se formar acaba a mamata e é hora de tocar a vida em voo solo.
Eu consigo ver em seus olhos ainda a vontade de ser acolhido para sempre, mas não seria um bom mestre se dissesse apenas que tudo vai dar certo!
Até porque, eu mesmo entendo dessa dor. Eu mesmo já vivi a vontade de ser cuidado eternamente por meus pais e até hoje, já com quase 50, vira e mexe se deixassem, eu me deitaria em posição fetal para ficar ali quietinho na barra da saia da mãe.
Mas é preciso enfrentar. Cuidar da própria vida é o mínimo que se espera de uma pessoa adulta, que queira ter orgulho de si mesmo e contribuir um pouco com a sociedade.
As redes sociais têm dificultado um pouco esta luta porque colocam para os mais jovens uma promessa de vida fácil, de que se nada der certo dá para virar youtuber e por aí vai. E para os adultos, joga com a tentação de querermos saber cada vez mais dos outros do que de nós mesmos. E aí, se a cabeça não for boa dá ruim mesmo.
No começo de 2023 eu escrevi um texto que tinha como título “Projeto Verão 2023: cada um cuida de sua própria vida”. Não sei bem o quanto eu cresci mesmo, mas levei bem a sério e vou te dizer que após uma recente tempestade generosa em minha vida, nada me deixa mais em paz do que pensar que eu mesmo, essa pessoa aqui, foi capaz de enfrentar tudo e é dona do próprio nariz!
Bora tentar?
