Hoje é celebrado o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor. Em alusão a esta data, a Funap (Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel), órgão vinculado à SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), incentiva a formação de leitores por meio do Programa de Incentivo à Leitura “'Lendo a Liberdade”. O trabalho articula projetos com aproximadamente 100 clubes de leitura instalados em unidades prisionais do Estado de São Paulo. No balanço referente ao primeiro trimestre deste ano, ocorreram em torno de 4 mil atendimentos nas 173 unidades estaduais.
Cada clube de leitura envolve, em média, 20 reeducandos. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, a cada mês o participante é convidado a ler um título e participar de debates sobre a obra com os demais membros. E o trabalho não se resume apenas ao bate-papo, uma vez que, ao final da interação, o detento é convidado a desenvolver uma resenha crítica, o que poderá render a remição da pena. Segundo a secretaria, um texto aprovado pode significar até quatro dias a menos no cárcere.
A ação é uma iniciativa desenvolvida pela Funap e SAP em parceria com a APL (Academia Paulista de Letras). São diversos os títulos disponibilizados aos participantes, o que envolve autores nacionais e internacionais. Dentre os nomes, está o de Lucrecia Zappi, argentina que cresceu no Brasil e hoje vive nos Estados Unidos. Inclusive, no ano passado, ela chegou a conhecer na prática o Programa de Incentivo à Leitura “Lendo a Liberdade”. A obra “Acre”, finalista do prêmio Jabuti 2018, é uma das escolhidas para circular pelas unidades prisionais.
Outra escritora que também conheceu de perto o trabalho foi Martha Batalha. Em visita a uma unidade em Campinas (SP), ela participou de debate sobre o livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, finalista do prêmio São Paulo de Literatura. Além delas, fazem parte do cardápio literário autores como Luiz Ruffato (De Mim Já Nem se Lembra) e Caco Ciocler (Zeide).