A dificuldade de gestão pelo poder público de empreendimentos como o Parque Cidade da Criança, em Presidente Prudente, é algo nítido e demonstra a urgência que deveria ser dada ao tema no sentido de privatizar ou conceder aquela estrutura à iniciativa privada.
E para embasar isso, alguns fatores importantes devem ser considerados:
1-É comum a falta de experiência e capacidade do setor público em gerir empreendimentos que possuem viés comercial, exigindo habilidades e investimentos específicos em marketing, operações, finanças e atendimento ao cliente;
2-O poder público é caracterizado por procedimentos burocráticos e regulamentações que são empecilho para a tomada de decisões ágeis e eficientes, além obviamente dos interesses e pressões políticas, que impedem a priorização pela eficiência operacional;
3-Este tipo de empreendimento exige investimentos periódicos significativos para a manutenção, melhorias e expansões, quase que impossíveis de serem realizadas pelas restrições orçamentárias existentes;
4-A complexidade de gestão é um desafio adicional e envolve aspectos como segurança, manutenção dos equipamentos, contratação e treinamento de pessoal, adequação a questões de regulamentação sanitária e ambiental, entre outros;
Já o parque aquático, que faz parte do complexo da Cidade da Criança, está interditado para reforma desde 2020, e o restante da Cidade da Criança funciona sob contrato em favor do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), com um custo para o município de Presidente Prudente que chega aos R$ 6,6 milhões/ano, mas chegou a custar lá em 2019, quando o parque aquático ainda estava ativo, a bagatela anual de R$ 9 milhões.
E nos últimos dias saiu uma notícia de que o município está buscando verbas junto aos governos estadual e federal, tanto para reformar e reativar o parque aquático, quanto para melhorar a estrutura da Cidade da Criança, que está bastante danificada, com algumas construções em péssimo estado de conservação, asfalto danificado e inúmeros brinquedos sem manutenção e enferrujados, fora outras questões.
As administrações municipais, que vêm há bastante tempo com falta de dinheiro para suas despesas básicas, e que deveriam focar em ações que resolvam os problemas da população, no caso da Cidade da Criança foca-se em fazer remendos, onde as despesas só crescem e os problemas são perenes, gestão após gestão. Daqui um tempo, se a verba vier, talvez tenhamos uma Cidade da Criança totalmente remendada e o ralo do gasto de manutenção saltando para um vazamento de R$ 15milhões/ano.
Será que dá para ter a esperança de que algum dia o tal do bom senso seja lembrado pela administração municipal? E principalmente, que se tenha a coragem de fazer o que tem que ser feito? Ficam as questões para a sua reflexão.