“Dando voz a todo potencial do instrumento podemos extrair dele sua ancestralidade que está entranhada nos veios da madeira, na vibração e reverberação de suas cordas, expandindo seus limites e seguindo um novo rumo na criação musical”. É dessa forma que o instrumentista, Anderson Chizzolini, que estreia um novo trabalho denominado Caixa de Música, com um show neste sábado, às 17h30, na Praça do Bacarin, no Jardim Aviação, em Presidente Prudente, fala do seu instrumento e do projeto.
“O violão como um universo harmônico, melódico, percussivo e rítmico, se encontra com a tecnologia e assume a totalidade da manifestação musical em cena, que acontece em tempo real, pulsando no palco junto com o público”, expõe o instrumentista, que é também arranjador e compositor.
Anderson exalta a caixa que conserva os segredos da música e de músicos desse e de outros tempos, que guardaram dentro dela todo seu sentir musical, e que de mão em mão chegou até os dias de hoje.
E a mágica acontece ao fazer ecoar essas lembranças de dentro do violão para dentro dos corações e memórias do público. “Essa é a intenção, através de um tampo que vira tambor, chocalho, zabumba e harmoniza com os sons dos samplers na tela do computador, muitos deles que são lembranças dos instrumentos usados nas gravações originais das músicas do repertório. Todas as músicas são em versão instrumental, até as canções ganharam um novo arranjo na versão”, explana o compositor.
Neste ano, Anderson foi finalista do Prêmio Internacional Francisco Mario de Guitarra Popular em Buenos Aires, na Argentina. Ele diz que não ganhou o primeiro lugar, mas pela importância e nível muito alto, estar entre os finalistas foi muito representativo. “O Francisco Mário é irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho. Os três eram hemofílicos e morreram muito cedo. Então a família criou o Instituto Chico Mário, tem o Instituto Betinho e o Instituto Henfil para poder divulgar que ele era o músico da família”, explica o instrumentista.
Anderson Chizzolini, que é bacharel em violão pelo Instituto de Artes da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e professor de violão na Camerata de Cordas Brasileiras de Presidente Prudente, foi selecionado no Fimus (Festival Internacional de Música) de Campina Grande (PB), em 2018, e na série “Talentos” do canal do Youtube Um Café Lá em Casa do Nelson Faria.
Ele está entre os selecionados do Concurso de violão “Novas 4” - Produção de Elodie Bounny e Acervo digital do Violão Brasileiro- com sua composição “Frevo traíra”.
Conquistou o segundo lugar no 2º Festival da Canção Brasileira do Sesi (Serviço Social da Indústria) com sua Composição “Mãe da Lua”.
Sua obra é composta no berço do pós-gênero, de maneira que sua música é sentida sem rótulos e abraçada do jeito que a manifesta.
REPERTÓRIO
“Xote da Formiga” (Anderson Chizzolini)
“Forró de gala” (Jacob do Bandolim)
“Impro numa boa” (Anderson Chizzolini)
“Tarde Triste” (Anderson Chizzolini)
“Assanhado” (Jacob do Bandolim)
“O velho e a flor” (Vinícius de Moraes e Toquinho)
“Deixa” ( Badem Powell e Vinícius de Moraes)
“Conversa de Baiana” (Dilermando Reis)
“Vale dos Vagalumes” (Anderson Chizzolini)
“Canto de xangô” (Baden Powell e Vinicius de Morais)
“Bola de meia Bola de Gude” (Fernando Brant e Milton Nascimento)
