Caro leitor...
Como foi dito no artigo anterior, a melhor maneira de potencializar a criança é fazê-la ser criança e principalmente brincar. Assim, pensando em sua formação integral, podemos destacar as brincadeiras cooperativas recomendadas pela Base Comum Nacional (BNCC) da Educação Infantil que as estabelece como eixo estruturante a fim de que a criança possa experimentar, desenvolver e socializar-se a partir dessas práticas.
Vygostsky, Piaget, Kishimoto e Friedmann, entre outros, fundamentam a importância dos jogos educacionais, bem como demais atividades lúdicas, no processo de ensinamento e desenvolvimento inicial das crianças. São as brincadeiras que as levam a adquirir habilidades importantes, como a empatia, a resiliência e a autoestima, que são essenciais para lidar com situações desafiadoras na vida.
Durante a infância, aspectos como raciocínio lógico, interação social e percepção do espaço ganham mais relevância, pois nesse momento as crianças estão aprendendo a interagir com outras crianças, a dividir, a reconhece-se e a reconhecer o outro, lidando com seus sentimentos e frustrações. No exercício dos jogos, elas se movimentam em busca de parcerias na exploração de objetos e conseguem se expressar por múltiplas linguagens.
Professor, ao trabalhar com seus alunos pequenos, lembre-se também que eles ainda não têm capacidade de se expressar de maneira que possa comunicar-lhe todas as suas dores, inseguranças. Sendo assim, o professor nunca pode deixar de escutar os medos, angústias e anseios, podendo eles compartilhar suas emoções com o professor porque a cooperação é pautada no diálogo, companheirismo, solidariedade e empatia. Cooperar exige conectar, cuidar, compartilhar, confiar, cultivar, (co) criar para resolvermos juntos as nossas inquietações.
Sendo assim, brinque muito, brinque de telefone sem fio, que é uma das brincadeiras de incentivo à cooperação mais conhecida entre as crianças, complete o texto, desenho em dupla, atividades baseadas em resolução de problemas, caça ao tesouro, mímica, amarelinha, pique, queimada, cabra-cega, jogo da memória, dominó, entre outros.
Para cooperar, precisamos de uma profunda mudança de atitudes, valores, e de práticas de solidariedade e de cooperação e quando temos competências de confiança e responsabilidade, adquirimos postura, comunicação assertiva e decisões conscientes.
Cooperar é sonhar junto, UBUNTU! “Sou o que sou pelo aquilo que nós somos porque somos juntos”.
FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
PIAGET, J. A formação do símbolo: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1997.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1989.
