Baixa cobertura da vacina da gripe e alta de casos: cenário preocupa e serve de alerta

EDITORIAL -

Data 05/07/2023
Horário 04:15

Há três meses, acontecia em todo o país, o início da campanha de vacinação contra o vírus da influenza, causador da gripe, para os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Em maio, a ação foi ampliada para todas as pessoas, bastando pra isso ter mais de 6 meses de idade. No começo, uma movimentação mais intensa. Pais que se preocupam com a saúde dos filhos buscam logo pela imunização, antes mesmo do frio chegar. Há até quem se adiantou, e procurou as clínicas particulares, em busca da vacina.
Outros, porém, não estão nem aí. Esquecem os surtos que já tivemos anos atrás, quando a influenza A - H1N1, mais conhecida como gripe suína - matou mais de 2 mil pessoas no Brasil. Os hospitais, antes mesmo da chegada do inverno, já estavam lotados. Agora, então, piorou. Em Pernambuco, nos últimos dias, pelo menos 49 crianças aguardavam um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na rede pública, em razão da síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Com gripe não se brinca. É preciso cuidar, se proteger, se vacinar... Mas a população não colabora.
Prevista para terminar inicialmente em 31 de maio, e depois, 30 de junho, a campanha de vacinação contra a gripe foi novamente prorrogada, agora até 31 de julho, devido à baixa cobertura. Conforme divulgado na edição de ontem, apenas 44,5% da população de São Paulo está imunizada, ou seja, 10.769.619 milhões de doses foram aplicadas. A meta é vacinar 90%.
Neste ano, a Secretaria da Saúde já registrou 176 mortes decorrentes de casos graves causados pela infecção dos diversos tipos de vírus da influenza. Foram registradas ainda 2.086 hospitalizações até a última semana de junho, um aumento de 35,4% se comparado ao primeiro semestre de 2022. Os números assustam. Falta responsabilidade. 
Em Presidente Prudente, 28 postos oferecem a vacina. Além do Dia D, que já foi realizado por aqui, a cidade apostou neste ano no projeto “Vacina na Escola”, que ofereceu o serviço em diversas unidades. As últimas, antes do recesso escolar, foram contempladas na segunda-feira. O objetivo, com a ação, é ampliar a cobertura vacinal dos munícipes contra a gripe, além de facilitar o acesso ao imunizante, levando a vacina até a escola, local que já faz parte da rotina dos alunos e dos pais.
A campanha vem sendo amplamente divulgada. Só não se imuniza quem não quer ou é mal informado. Ainda existem mitos em relação à vacina contra a influenza. Há um equívoco comum em pensar que a pessoa toma a vacina e, se ficou gripada, é por que ela não funciona. A realidade é que o imunizante é seguro, eficaz, e tem o benefício principal de proteger contra as formas graves da doença. Ainda há tempo. Procure a unidade de saúde mais próxima, cuide de você e de quem você ama!
 

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