As escolas e as empresas sabem, mas não se sustentam disso...

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 14/06/2023
Horário 04:30

Já algum tempo na área de educação física, venho de forma peculiar tentar expor o que verdadeiramente passamos a lamentar e muito. Quando falo isso, não estou me referindo somente à nossa cidade, mas sim a todo o nosso lugar chamado Brasil. Lamentamos e muito o quanto o número de aulas de educação física diminuiu e bastante nas redes educacionais de ensino, e muitos profissionais da área já tentarem aos órgãos competentes insistindo e comentando o quanto a nossa saúde precisa ter um sentido que valha o seu movimento, mas que seria importantíssimo e primordial a começar pelas escolas. E sem dúvida que num ambiente muito favorável como a escola, é lamentável, e o quanto isso poderia enriquecer o caminho para o esporte ou gosto por alguma atividade que se diz saudável. 
Evidentemente que na escola poderá ser um caminho que desencadeie o sentido que o movimento do nosso corpo pede e solicita. E acreditamos que a educação física seja um meio para isso. Isto é, ou se cria um ambiente favorável que as crianças e adolescentes gostam e dê continuidade ou simplesmente busquem e tentem alternativas. Tempos atrás, tínhamos aulas de educação física no mínimo duas vezes por semana, isto é, uma carga de pelo menos 50 minutos cada, o que ainda não seria o ideal, mas prevaleceu um caminho que fortalecia a sua intenção. Hoje praticamente essa quantidade diminuiu para a metade, dando prioridade a outras disciplinas. E assim, perdeu-se a noção do quanto nossa saúde já vinha caminhando por um processo praticamente falido de sua tentativa desde então. 
Não muito distante, mas prevalecendo sua validade, uma pesquisa realizada pela ABRH (Associação Brasileira de Recurso Humanos), em 2018, constatou que as despesas das corporações brasileiras com assistência médica consomem, em média, 12% do orçamento da área de recursos humanos, podendo chegar até 20%. Com a participação de 668 empresas, o estudo apontou que as empresas com planos de saúde só ficam atrás dos gastos com o salário dos funcionários e são maiores do que o investimento realizado para a capacitação dos empregados. 
Em um cenário de instabilidade econômica, as organizações necessitam de bastante planejamento para evitar que as despesas atrapalhem no desenvolvimento dos serviços e na manutenção do negócio. Seja possível que, em pleno 2023 esse número tenha realmente excedido nos avanços. 
Dois ambientes totalmente favoráveis ao que podemos considerar sendo um verdadeiro espaço que leva e levaria as pessoas a criarem ou terem um hábito saudável, em ter e buscar alguma atividade que lhe dê prazer. Precisamos urgentemente rever conceitos da base de saúde, e que nos levem a caminhar e a desenvolver ações peculiares desde a escola chegando diretamente às empresas. Quanto aos gastos, sem dúvidas que muitos se justificam, e assim teremos uma comunidade escolar chegando às empresas de maneira impotente e doentia por não terem algo que as estimule entender o quanto o nosso corpo pede e solicita de seus movimentos.  

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