O preço salgado do óleo de soja não só o afeta o consumidor final, mas, também, os pequenos e médios empreendedores do ramo alimentício. O insumo culinário é fundamental para a preparação de massas e frituras. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o óleo de cozinha lidera a tabela das altas dos preços. Em relação ao ano passado, o produto acumula um aumento de quase 90%.
O proprietário da lanchonete Tio Patinhas, Carlos Moreno, conta que neste contexto de pandemia e inflação alta está sendo complicado sobreviver. “A gente procura lidar com todos estes aumentos. No caso do óleo, por exemplo, é difícil aumentar o preço do salgado, porque impacta nas vendas, não tem como vender um salgado a R$ 10. Então, é preciso trabalhar neste limite e esperar por dias melhores”.
Já a gerente da casa de salgados Sossai, Tatiana Aparecida dos Santos, aponta que o aumento do preço do óleo de cozinha impacta diretamente no preço dos alimentos do cardápio da salgateria. “Já tivemos que aumentar o preço dos salgados em dois meses. No último aumento, subimos de R$ 3 para R$ 3,40”.
Quem também fala sobre o impacto da alta do preço do óleo de cozinha sobre o dia a dia de uma lanchonete é o dono da Tercel Salgados, Anderson Yudi Uematsu. Segundo ele, os gastos com o insumo proveniente da soja quase triplicaram nos últimos meses. “Na minha empresa, eu gastava em média de R$ 600 a R$ 1 mil em óleo novo por mês, hoje, eu gasto de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. E isso a gente tem que passar para o cliente de alguma maneira, porque quase dobrou o custo”. O empresário conta que o que ajudou a diminuir o impacto foi a grande procura na compra do óleo reutilizado para a criação de biodiesel, materiais de limpeza. “Em média, são pagos de R$ 2,50 a R$ 3 por litro do óleo ‘sujo’. Destes R$ 3 mil que utilizo no mês, eu consigo vender 50% do óleo comprado. Isso tem ajudado um pouco”.
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