Mesmo com o imprevisto de não poder sair do Peru com a seleção brasileira de atletismo, por conta da imigração peruana não tê-los liberado com o visto especial com o qual toda a delegação entrou, o sentimento de Cremilson Julião Rodrigues, o Montanha, técnico da Apa-SP/Semepp/Talento Olímpico de Presidente Prudente, é de alegria e satisfação por sua estreia enquanto técnico da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), no 52º Campeonato Sul-Americano de Atletismo Sub-20, realizado em Lima, no fim de semana. O prudentino Gabriel Luiz Boza, 18 anos, ainda lhe deu a alegria de conquistar uma prata.
“Foi uma experiência única, maravilhosa porque estar representando o seu país que tem uma vasta extensão territorial, e ao mesmo tempo era vasto o número de profissionais que almejavam essa vaga! Então se estou aqui foi por merecimento, o que me deixa extremamente feliz e com a certeza de que estamos trabalhando no caminho certo”, exalta o técnico, que nem chegou à cidade ainda, mas já tem compromisso no fim de semana, com a delegação prudentina no Campeonato Estadual Sub-20, que será realizado no Centro Olímpico, em São Paulo.
Depois, dentro do cronograma, no fim do ano tem quatro competições internacionais ainda e mais os nacionais: como o Pan-Americano no Chile e o Campeonato Mundial de Atletismo Sub-20, de 17 a 22 de agosto em Nairóbi, no Quênia, nos quais Gabriel Luiz Boza, 18 anos, tem índice feito para os dois. Os Estaduais sub-18 e sub-16; Brasileiros sub-18, sub-16 e sub-23; o Sul-Americano sub-18; e Pan-Americano sub-23.
Avaliando o desempenho dos seus atletas, Montanha falando primeiramente do Gabriel, diz que esperava mesmo voltar com uma medalha de ouro no peito, mas como disse anteriormente, quando o garoto conquistou a prata, diante de tantas adversidades mesmo reclamando de cansaço, dores nas pernas e certo desconforto respiratório, ele saltou longe (7.50m).
“Ele só não volta com o ouro no peito porque o colombiano Berrio Valoyes Jhon Andresse superou fazendo sua melhor marca [7.61 m]. E como também comentei antes, o treinamento dele não estava focado para o Sul-Americano e sim para o Mundial. A gente como treinador diz que ele ainda estava em período de treino, preso, ou seja, não estava solto 100%”.
E sobre Eron Maciel de Araújo, 16, o técnico menciona que embora o jovem atleta já tenha participado de um Sul-Americano Escolar, sentiu um pouco a pressão da competição que é bem diferente. “A gente que conhece o atleta, reconhece que ele não estava numa situação normal, demonstrava nervosismo, ansioso, mas também saltou 2.01 m, ficando 4 cm abaixo da sua marca pessoal. Porém, infelizmente, não foi o suficiente para subir ao pódio empatado com outros dois competidores e ficando na 6ª colocação. Ele é muito novo ainda e tem muito chão pela frente ainda”.
Roger Mateus de Almeida Alves, que é de Junqueirópolis, atleta que atualmente defende o Sesi-SP ficou com a medalha de bronze com a marca de 2.04m.
Montanha, Gabriel e Eron saíram na segunda-feira de Prudente e desembarcaram no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). No dia seguinte, se deslocaram para Guarulhos (SP) para fazer os testes de PCR. Foram treinar em Bragança Paulista (SP), mais de uma hora e meia para ir e voltar. Ou seja, um cansaço grande para todos os atletas.
No dia seguinte, acordaram às 4h para o embarque rumo ao Peru, e aí surgiu um problema com os vistos dos atletas. Ao chegarem em Lima, que tem duas horas de atraso do Brasil, até se acomodarem certinho cada um em seus devidos quartos, já passavam das 20h (22h no horário de Brasília). “E no dia seguinte, já ter que competir. Isso tudo interfere no desempenho. Mas tem sido tudo maravilhoso. Estamos aqui [Peru] ainda, aguardando nossos administradores, fizemos um treinamento no estádio pra não ficar parado. Estamos aqui [risos]”, destaca Montanha.
Barrados no Peru
Transtornos na ida e na volta. Isso foi o que a seleção brasileira de atletismo sub-20 precisou superar e enfrentar, antes e depois, respectivamente, das competições do 52º Campeonato Sul-Americano de Atletismo Sub-20, no Peru. Dentre os atletas e comissão técnica, estavam o treinador, Cremilson Julião Rodrigues, e os atletas Gabriel Luiz Boza e Eron Maciel de Araújo. Na manhã de hoje, as bagagens já estavam no avião, check-in feitos e a imigração peruana não os deixou embarcar para retornarem ao Brasil. Em um comunicado aos seus atletas, o presidente do CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), Wlamir Motta Campos, classificou a ação da imigração peruana como “absurda”, uma vez que a delegação entrou no Peru com um “visto especial” para disputar o Sul-Americano, e na volta exigiram um visto individual.
“Todos os trâmites foram feitos exatamente conforme nos foi exigido. Ainda hoje no aeroporto recebemos uma carta do Ministério de Relações Exteriores do Peru autorizando o nosso retorno. Porém, como toda essa burocracia levou horas, o nosso voo teve que retornar ao Brasil. Ocorre que existe uma regulamentação do tempo em que a tripulação pode trabalhar, necessário destacar que eles ‘vieram do Brasil para nos buscar’. Nesse momento estamos trabalhando junto às autoridades para assegurar uma nova autorização de pouso da Azul em Lima para que possamos regressar ao Brasil. Ainda não temos uma previsão de horário, tão logo tenhamos essa informação eu compartilharei com todos”.
Foto: Cedida / Cremilson Julião Rodrigues
Eron não conseguiu pódio dessa vez, mas ele ainda tem muito chão pela frente!