"Agildo no país das maravilhas"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 21/01/2025
Horário 06:07

Agildo Ribeiro foi um showman que escrevia, dirigia e atuava em roteiros de humor e participou de inúmeros programas famosos da TV brasileira, como “Faça Humor Não Faça a Guerra”, “Planeta dos Homens” e “Viva o Gordo”. Em 1987, Jô Soares foi para o SBT fazer o “Veja o Gordo” e Agildo migrou para a TV Bandeirantes onde apresentou por dois anos o “Agildo no País das Maravilhas” dirigido pelo amigo Augusto César Vanucci. O programa era feito com o ator e fantoches que satirizam o momento político-econômico-social do país. Dentre os fantoches que mais destavam estavam os dos políticos José Sarney, Jânio Quadros, Leonel Brizola, Orestes Quércia e Paulo Maluft. O fantoche de Tancredo Neves vinha como um anjo de asinhas porque à época o político há havia falecido, e ainda havia o Zé Brasil que representava o povo brasileiro e a Inflação que era representado por um dragão ou rainha gorda, e o FMI que era um papagaio com cartola de Tio Sam. O programa fez bastante sucesso e acabou se transferindo para a TV Manchete permanecendo no ar até 1990. 
    
“Divórcio cinza”

Com o envelhecimento populacional e mudanças na perspectiva do que é ser hoje uma pessoa madura, muitas pessoas estão construindo mudanças na sua forma de se relacionar. Era muito comum no passado, a permanência com o mesmo cônjuge, a despeito da qualidade do relacionamento. Por questões religiosas e culturais, as pessoas viveram com a ideia de permanecerem casadas para sempre, mesmo que isto lhes custasse muito. Relações conturbadas e casamentos infelizes eram bastante frequentes nas gerações mais velhas, pois refletiam os conceitos que adquiriram ao longo da vida. Contudo, com as transformações sociais, o aumento da longevidade, e a perpetuação da qualidade de vida em décadas posteriores, fizeram progressivamente, as pessoas a repensarem se deveriam manter-se atreladas a relações desgastadas e falidas, fadadas à infelicidade. Este basta da população grisalha com ruptura de casamentos prolongados se permitindo a novas descobertas mesmo em idades anteriormente consideradas avançadas, tem sido cada vez mais frequente. Este processo de aumento de separações e divórcios a partir dos 50 anos de idade, tem sido chamado de divórcio cinza, e representa uma busca das pessoas por empoderamento, realizações e liberdade. Não, obrigatoriamente, significa redescobrir o amor ou encontrar outros parceiros, mas principalmente um permitir-se que permaneceu tolhido por obrigações e responsabilidades familiares. Quando as relações perdem proximidade, respeito e carinho, é preciso repensar em estratégias de retemperar o relacionamento, ou simplesmente perceber que o casamento faliu. Ao longo dos últimos dez anos, houve um aumento do número de divórcios acima dos 50 anos (representando agora 30% do total dos divórcios e não mais os 10% anteriores). Não é uma descoberta tardia sobre instituição falida, mas sim a reaquisição de coragem para assumir novos papéis mesmo na maturidade. O divórcio grisalho é uma forma de reentender a velhice, não fazendo mais da manutenção do casamento um propósito único de vida. 

DICA DA SEMANA

FILMES – STREAMING 

“A LIBERTAÇÃO”: 
(The Deliverance). EUA. 2024. Com Andra Day, Glenn Close, Mo’Nique. Direção: Lee Daniels. Trama de suspense e terror com a história de mãe-solo Ebony (Andra) que vive uma relação turbulenta com a mãe idosa (Glenn) que faz quimioterapia por um câncer. Ao mesmo tempo, ela percebe que forças malignas estão na casa que ela acabou de comprar e passam a interferir no comportamento de seus três filhos menores. 


 

Publicidade

Veja também