“Abandono” em Casas da Agricultura gera queixas

Funcionários relatam problemas em prédios marcados pelos estragos do tempo; ofício de comitê requer melhorias junto ao Estado

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 18/11/2017
Horário 12:45
Marcio Oliveira
Marcio Oliveira

O Comitê da Cidadania pela Ética na Política e da Defesa dos Direitos do Cidadão de Tarabai encaminhou um ofício ao secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Calil Pereira Jardim, com a reclamação de que as Casas da Agricultura de Presidente Prudente e Pirapozinho se encontram em “completo abandono”. Os problemas apontados no documento são referentes às instalações elétricas, telhados e vazamento de água. Em caráter de “urgência urgentíssima”, o comitê reivindica reformas gerais e modernas. Funcionários relatam experiências com os prédios, confirmam a situação de “abandono” reivindicada e afirmam que o serviço é “prejudicado” com a falta de melhorias. A Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, por sua vez, expõe que há projetos para a reforma dos locais para o próximo ano.

Conforme o documento, as Casas da Agricultura do interior paulista, a exemplo das unidades de Presidente Prudente e Pirapozinho, são construídas há mais de “meio século” e se encontram em “completo abandono”. “Instalações elétricas e hidráulicas sucateadas, telhados desabando e com risco de cair na cabeça dos funcionários, como a de Presidente Prudente”.

O ofício ressalta ainda que as vidas do público e funcionários são colocadas em risco, com as atuais situações, e salienta que o quadro “horroroso” das unidades retrata o “sucateamento” de um setor. “Imagine, senhor secretário do Estado, se nossa agricultura e pecuária fossem tratadas com merecida atenção da administração pública, a começar pelas Casas da Agricultura?”, afirma o documento. Por fim, o comitê reivindica, em caráter de “urgência urgentíssima”, uma reforma geral e moderna nas unidades.

A reportagem esteve no prédio da Casa da Agricultura em Presidente Prudente, conversou com funcionários - que preferiram não se identificar -, mas não foi autorizada a fazer imagens no local. De acordo com os colaboradores, as “péssimas condições se estendem há anos e os dias de chuvas são os piores”. “A água começa a escorrer pelos ventiladores, lâmpadas, vaza pela parede e causa todo esse mofo que é possível ver de longe. Tudo precisa ser melhorado, a começar pela fiação elétrica”, diz uma funcionária.

Outro trabalhador entrevistado pela reportagem afirma que no prédio há um banheiro interditado, devido à falta de reparo aos danos causados, e alguns aspectos deixam a desejar no atendimento ao cidadão. “Aqui não tem acessibilidade, o chão de madeira escorrega demais, fora as portas das entradas que estão abandonadas e não abrem por completo. Além disso, não há tomadas suficientes, pois quando o prédio foi inaugurado, na década de 60, nem computador existia ainda. A necessidade é outra, mas a realidade não”, salienta.

Já um colaborador, que também tem contato com a unidade de Pirapozinho, afirma que os reparos necessários são os mesmos, mas com investimentos menores. “O prédio de lá é pequeno, com um baixo orçamento é possível reparar os danos, mas nem isso nós conseguimos ainda”.

 

Esclarecimentos

Questionada sobre as reivindicações dos funcionários e recebimento do ofício, a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento informa, por meio de nota, que há um projeto para reforma da Casa da Agricultura de Pirapozinho e que o documento está em análise pelo Núcleo de Engenharia do órgão.

Já sobre a unidade de Presidente Prudente, a nota ressalta que existe um processo com “respectivo projeto técnico” de engenharia, orçado em R$ 1,9 milhão para a reforma do prédio que abriga o EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural), Casa da Agricultura e o EDA (Escritório de Defesa Agropecuária) do município, que está em análise pela consultoria jurídica da pasta em trâmite legal. “A previsão de execução da obra é 2018. Cabe ressaltar que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento tem atuado fortemente para atender às demandas dos municípios da região”.

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