A aposentada Fabiana Oliveira Barros Anjos, 41 anos, que é mais uma das atendidas pela AFPC (Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos) de Presidente Prudente, já nasceu com a deficiência visual (baixa visão) e acentua que conviver com a deficiência é muito normal para ela hoje em dia. “Faço tudo que uma pessoa que não tem a deficiência faz. Claro! Talvez com mais tempo do que aqueles que não têm a deficiência, mas executo tudo o que quiser. A única coisa que não consigo é dirigir”, garante.
Ela acredita que o maior desafio que enfrentou até hoje por conta de sua condição foi quando criança em sua alfabetização, pois não conseguia copiar as matérias da lousa na escola. “Por conta disso tive que ter ajuda de um colega para ditar as matérias para mim. Mas foi somente no início, hoje sou formada em Secretariado Executivo, pós-graduação MBA em Gestão e Negócio da Saúde, curso técnico em Massoterapia e atualmente estou cursando faculdade de Terapias Integrativas”, destaca ela.
Fabiana conta como obstáculos vencidos o ingressar no mercado de trabalho, pois teve que dedicar o seu melhor para mostrar que era capaz de executar determinada função. “Outro obstáculo marcante em minha vida foi concluir a minha primeira graduação, porque a instituição onde estava graduando, ainda não tinha total acessibilidade”, lembra.
Casada há nove anos com o auxiliar de produção de frigorífico, Claudio Roberto dos Santos Anjos, que tem a mesma deficiência e grau que Fabiana, ela enfatiza que eles levam uma vida como qualquer casal. Claudio sai para trabalhar e ela fica com a rotina de uma dona de casa como qualquer outra. “Procuro criar uma rotina que me facilite dar conta de ser dona de casa e estudar ao mesmo tempo. O meu esposo quando está em casa procura me ajudar na cozinha, pois ama cozinhar. Quando estou cozinhando sozinha a minha atenção dobra. Preciso prestar atenção em todos os barulhos que ocorrem no cozimento para saber se está no ponto”, conta Fabiana, que também procura comprar utensílios que facilitem no seu dia a dia.
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