"A Tagarelice da Aldeia"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 08/04/2025
Horário 07:00

O diretor estadunidense, George Stevens, dirigiu em vários gêneros, mas a comédia romântica foi uma de suas praias preferidas. “A Tagarelice da Aldeia” (“The Talk of the Town”), também foi distribuído inicialmente no Brasil com o título de “E a Vida Continua” e contava com um trio de astros nas marquises dos cinemas: Cary Grant, Jean Arthur e Ronald Colman. Na história, Leopold (Cary) é injustamente acusado de incêncio criminoso e assassinato, e acaba sendo preso. Pressentindo que vai ser condenado, ele foge da cadeia e vai em direção de Nora (Jean), uma antiga paixão, para que possa lhe esconder em uma casa de propriedade sua. Ela avisa que a casa foi alugada por um advogado, mas que ele só chega no dia seguinte, e machucado, Leopold pede para ao menos passar à noite. No entanto, o inquilino chega antes do previsto e ele tem que se esconder no sótão, gerando uma série de confusões Indicado a sete prêmios Oscar em 1942, incluindo filme, acabou não levando nenhum. Uma pequena joia do cinema antigo.
    
“Militância excessiva”

As últimas décadas foram de evidentes transformações na composição da sociedade brasileira, com novos conceitos inclusivos sobre parcelas ditas como minorias, quer sejam raciais, de gêneros, etárias ou étnicas, permitindo ventos libertadores quanto à civilidade e acesso a direitos. No entanto, em nome do louvável propósito de combater preconceitos, os militantes que abraçam fervorosamente a cartilha do politicamente correto sem limites tropeçam em exageros e acabam por reproduzir a intolerância que eles mesmos combatiam. Hoje o termo cultura woke é utilizado para designar os militantes de plantão que formam um implacável tribunal nas mídias e redes sociais, discursando de forma ruidosa, e às vezes de forma vingativa sobre tudo o que é dito como coerente sobre estas diretrizes contemporâneas. Nascida com a virtuosa intenção de promover maior diversidade e valorização das minorias, a cultura woke veio de um verdadeiro turbilhão de ideias progressistas e renovadoras, disseminando conscientização social e solidariedade. No entanto, o modus operandi de alguns adeptos mais intransigentes acaba por reproduzir comportamentos que foram os mantenedores das ideias retrógradas de gerações anteriores. Dotados de certezas absolutas, atiram pedra para todos os lados e cultuam a cultura do cancelamento de tudo que lhe é contra. Não toleram divergências, não sugerem alternativas e enfiam goela abaixo seus ideais, doa a quem doer. Com tantos problemas enfrentados diariamente, não basta mais apenas selecionar as lutas que queremos lutar. Agora te exigem uma tarefa extra, dar pitacos e opiniões sobre inúmeras e múltiplas causas que podem até lhe dizer respeito, mas talvez você não tenha vivência para discursar. Temos, na verdade, uma meta principal, a partir de agora: a de se proteger, se preservar, e cuidar para que a saúde não seja ainda mais afetada pelos discursos das melhores intenções. 

Dica da Semana

Streaming / Novelas

“Helena”: 
Em 1975, a Rede Globo iniciou o horário das 18h das novelas, dedicado a adaptações de clássicos da literatura brasileira. O primeiro título escolhido foi “Helena”, adaptado por Gilberto Braga. A novela original tinha 20 capítulos, mas apenas seis foram preservados e estão disponíveis no Globoplay com Lúcia Alves (Helena) e Osmar Prado (Estácio) como protagonistas. Oportunidade de rever grandes atores falecidos, como Ida Gomes, Ruth de Souza, Carlos Duval e Regina Vianna. 

 

Publicidade

Veja também