“A Ponte dos Suspiros” foi uma telenovela exibida pela Rede Globo às 21h30, em 1969, na época em que a teledramaturgia da emissora era coordenada pela cubana Glória Magadan, conhecida por tramas rocambolescas que versavam sobre a nobreza em reinos distantes. O grande dramaturgo Dias Gomes, na época perseguido pela ditadura, precisava trabalhar e aceitou o ofício de escrever a novela, usando o pseudônimo de Stela Calderon. A trama se passa em Veneza em 1500, onde o jovem Rolando (Carlos Alberto) é preso no dia de seu casamento com a bela Leonor (Yoná Magalhães) por intrigas feitas pelo vilão Altieri (Jardel Filho). A novela foi transferida para as dez da noite, inaugurando o horário, e o casal Carlos Alberto-Yoná, ao final do trabalho, se transferiu para a TV Tupi para estrelar a novela “Simplesmente Maria”. Ainda no elenco: Mário Lago, Arlete Salles, Emiliano Queiroz e Zilka Salaberry.
“Modismos: do placebo à panaceia”
A medicina também é alvo de modismos transitórios que fazem com que determinados produtos virem a bola da vez, ou a vedete do momento, como solução milagrosa para diferentes males. Impossível desvincular o interesse financeiro no bombardeio de notícias que fazem com que determinado produto seja lançado como um verdadeiro cura-tudo ou uma erva milagrosa pronta a ser ingerida por milhares. Algumas vezes alguns produtos são verdadeiros placebos (denominação dada a preparações neutras quanto a efeitos farmacológicos, ministradas em substituição a medicamentos com a finalidade de controlar os efeitos psicológicos obtidos pelo ato de medicar) ou, popularmente, cápsulas de farinha em que a confiança em se obter o resultado é o real motivador da conquista. Esses produtos milagrosos são anunciados em propagandas leigas ou até mesmo em intervalos comerciais ou propagandas de programas vespertinos de TV, como úteis para a prevenção, controle e tratamento de um rol de patologias, que fica difícil até de entender, como é que um produto pode agir de forma tão versátil para tantas finalidades. O termo panaceia deriva da mitologia grega (Panacea é a deusa da cura sendo capaz de curar todos os tipos de males humanos), sendo inclusive parte do juramento de Hipócrates dos clássicos cursos de Medicina. Esta panaceia universal vira e mexe vem sob um novo rótulo ou produto, muitos deles de grandes propriedades farmacológicas, que são banalizados pela prescrição rotineira, descabida ou inadequada: ao longo dos últimos anos, ouvimos falar muito de cartilagem de tubarão, ômega-3, magnésio, vitamina D, dentre outros, que embora tenham conhecidas e importantes funções orgânicas, são propagadas de forma inadequada e inconsequente. Por outro lado, o termo panaceia também é utilizado para designar um tipo específico de erva utilizada em fitoterapia com propriedades benéficas para cólicas e gastrites. E as modas prescritivas não se aplicam apenas a produtos medicamentosos, mas também a produtos vegetais que vão criando fama de terapêuticos como ora-pro-nóbis, noni, cúrcuma (açafrão): com corretas e excelentes propriedades terapêuticas, mas na grande maioria das vezes, prescrito de forma inadvertida e enganosa, em substituição a tratamentos convencionais.
DICA DA SEMANA
FILMES
“A PONTE DOS SUSPIROS – 1940”:
A novela global teve uma versão fílmica rodada na Itália (Il ponte dei sospiri) em 1940, em preto e branco, dirigida por Mário Bonnard. Com Ottelo Toso, Paola Barbara e Mariella Lotti. Praticamente contava a mesma história central da novela. Disponível na internet.