"A Loja da Esquina"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 11/07/2023
Horário 07:00

Ernst Lubitsch foi o grande diretor das screwball comedies (comedidas amalucadas) dos anos 30, mas também fez sucesso no drama romântico, como esta produção de 1940: “A Loja da Esquina” (“The Shop Around the Corner”). Na trama, Em Budapeste, Klara Novak (Margaret Sullavan) e Alfred Kralik (James Stewart), dois funcionários de uma loja de presentes trocam farpas diárias no ambiente de trabalho. Os dois têm algo em comum: estão relacionando com alguém por cartas, usando nomes falsos e encontram-se ansiosos na iminência do primeiro encontro. No entanto, o que eles não sabem é que estão se relacionando um com o outro, até que ele descobre primeiro que ela é o alvo de seus anseios românticos e passa a testá-la, ridicularizando seus encontros. Uma das grandes comédias românticas clássicas do pré-Guerra, que marcou toda a história do Cinema e que foi refilmada em 1987 como “Nunca Te Vi, Sempre Te Amei” (84 Charing Cross-Road) com Anthony Hopkins e Anne Bancroft, que também se tornou outro clássico de sua época. A dupla romântica Sullavan-Stewart seria dirigida novamente no ano seguinte pelo mesmo diretor no drama de “Guerra Tempestades D´Alma” (“The Mortal Storm”). 
    
“Honrar quem parte, cuidar de quem fica”

Perder um pai ou uma mãe é um dos momentos mais difíceis e dolorosos da existência humana. Momento de tristeza, reflexões e de barreiras para seguir em frente. A partida do ente querido pode representar um momento de cisão, de turbulências emocionais, de revisão de sentimentos com outras sensações que se misturam como saudades, culpas, ressentimentos e ressignificações. Sofrer pelo parente que se vai é algo natural, próprio das sensibilidades humanas, e este desabar momentâneo é necessário nas reconstruções dos sentimentos, com novos caminhos que se seguem diante do inevitável. É preciso entender que neste momento é necessário muitas vezes entremear a dor da perda, com a força de apoiar quem fica. Pais idosos que se vão direcionam novas atenções e cuidados para o cônjuge remanescente. Se o pai se foi, é hora de cuidar com mais zelo da mãe, e vice versa. Aproveitar esta nova etapa, não apenas com mimos e agrados, mas com estabelecimento de novas metas e parcerias. Não significa assumir obrigatoriamente as rédeas da vida dos viúvos, mas sim ser o ombro amigo, o amparo necessário das horas difíceis. Saber preencher vazios, fazer-se presente e rechear a vida do remanescente com mais atenção e carinho. Isto permite a criação de estradas bilaterais de afetos, onde também é possível usufruir dos carinhos e mimos do genitor que permanece. É fundamental também nesta hora, bom senso e equilíbrio entre os filhos, para que não se formem cabos de guerra com o idoso que fica, com cobranças a partir daí, de exigências e atenções por um filho ou outro, entendendo que é hora de doação e não de estender a mão esperando apenas a demonstração dos afetos alheios. É hora de amar de forma intransitiva, sem cobranças ou senões. 

Dica da Semana

Televisão – Novelas 

Elenco de atores falecidos de “Mulheres de Areia”: 
A versão de 1993 de “Mulheres de Areia” de Ivani Ribeiro, com Glória Pires, retorna às tardes da Globo (lembrando que houve uma versão original em 1973 com Eva Wilma na TV Tupi). Nesta produção de 30 anos, a presença de atores que nos deixaram como: Raul Cortez (Virgílio Assunção), Eloísa Mafalda (Manuela), Carlos Zara (Zé Pedro) Adriano Reys (Sampaio), Nicette Bruno (Juju), Sebastião Vasconcelos (Floriano), Irving São Paulo (Zé Luis), Paulo Goulart (Donato), Serafim Gonzalez (Garnizé), dentre outros. 

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