A importância das mulheres para a educação

OPINIÃO - Danielle Santos

Data 20/03/2025
Horário 05:00

Sabemos que a educação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Para a educação brasileira, as mulheres têm uma importância histórica, que se observa desde o período colonial até os dias atuais. Elas desempenham papel primordial na docência e na gestão. São protagonistas na luta por direitos, igualdade de gênero e melhoria da qualidade do ensino. 
No mês das mulheres, nada melhor do que lembrarmos e debatermos sobre a importância das mulheres para a educação brasileira e em nosso contexto regional e local. Desde a colonização portuguesa, as mulheres atuavam na educação de maneira informal, sendo responsáveis pelo ensino doméstico das crianças. No entanto, a formalização da presença das mulheres na educação demorou a acontecer. 
Foi apenas no século XIX que as primeiras escolas femininas começaram a surgir no Brasil, muitas delas voltadas para a formação de professoras de crianças. Personagens como Nisia Floresta (1810-1885) foram essenciais naquele período histórico. Nisia foi uma das pioneiras na defesa da educação feminina, questionando o papel submisso atribuído às mulheres e defendendo a inserção delas na sociedade por meio do conhecimento. Graças a sua atuação e de outras mulheres engajadas, o Brasil viu um aumento na participação feminina na educação ao longo dos séculos XX e XXI. Já no século XXI, a maior parte do corpo docente no Brasil é formada por mulheres. 
Segundo o Inep, cerca de 80% dos professores da educação básica no Brasil são mulheres. Esse número reforça a importância da figura feminina nos processos de ensinar e de aprender. Além disso, ‘somos’ muitas vezes agentes de transformação social, promovendo debates sobre temas como direitos humanos, igualdade de gênero e cidadania. E a partir de agora, como uma mulher e docente da educação superior, coloco-me também neste artigo. Apesar de sermos maioria na docência, nós mulheres ainda enfrentamos desafios significativos quando se trata da ocupação de cargos de gestão e direção. 
De acordo com a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019, 62,6% dos cargos gerenciais eram ocupados por homens e 37,4% pelas mulheres. Outro grande desafio é a valorização profissional. O magistério, historicamente associado ao gênero feminino, infelizmente é hoje uma das carreiras mais desvalorizadas no Brasil. 
Muitas professoras precisam lidar sistematicamente com falas como: “nossa, meu (minha) filho (a) jamais vai ser professor (a), não vale a pena” ou, coisas piores. Além de sua importância nos espaços escolares, as mulheres têm sido fundamentais na luta por uma educação mais inclusiva e de qualidade. A luta por uma educação mais igualitária passa, necessariamente, pelo reconhecimento da importância das mulheres na educação. 
Valorizar as mulheres não deve ser só em uma data comemorativa específica ou em um mês de lembrança. Na educação, as mulheres devem ser valorizadas continuamente, investindo no futuro e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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