A gente sempre acreditou que a mãe ia comprar na volta;
A gente começou a pagar pela bagagem porque disseram que o preço da passagem iria cair, mas não caiu;
Disseram pra gente que se privatizassem a energia, a tarifa baixaria, não baixou;
A gente tá acreditando na mesma ladainha com a água;
Falaram pra gente que se pagássemos pela sacolinha do supermercado, os preços iam cair e as tartarugas marinhas seriam salvas. Nem um, nem outro;
A gente acreditou que poderia ficar milionário fazendo dancinha no Tik Tok;
A gente ainda acredita nos algoritmos das redes sociais;
A gente acredita na pessoa que começa a frase com “Quem me conhece, sabe...”;
A gente acha que 800% de juros na taxa rotativa do cartão de crédito é um número razoável;
A gente acredita que impressora multifuncional jato de tinta funciona;
A gente tem que se fazer de idiota para aguentar pessoas que se acham inteligentes;
A cada quatro anos a gente acha que o Brasil é uma potência olímpica;
A gente manda mó textão no Whats para a pessoa e recebe um emoji de resposta;
A gente acredita ainda que o Google dá as respostas mais confiáveis e isentas de publicidade;
A gente acredita que o Chat GPT dá respostas ainda mais confiáveis que as “respostas confiáveis” do Google;
A gente abre um CNPJ e acha mesmo que será seu próprio chefe, vai ter horário flexível, férias quando quiser, ganhar o primeiro milhão e fazer parte da “turminha dos grandes investidores da XP”;
A gente acredita e repassa qualquer fake news desde que elas confirmem nossos pensamentos, preconceitos ou discriminações;
A gente acredita em todo e qualquer político em época de eleição;
A gente é besta mesmo.