Bate-papo com Carla Tuccilio, organizadora da maior feira de pecuária do Estado de São Paulo, a Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne), que este ano acontece no Recinto de Exposições Jacob Tosello, em Prudente, de 19 a 23 de novembro.
Como está a preparação para a Feicorte 2024?
Estamos a todo vapor, muitas adesões das empresas do setor, de criadores, já temos várias raças confirmadas, leilões, o conteúdo está muito bacana.
Já pode adiantar alguma coisa do conteúdo?
Nós vamos falar da conta do boi. Durante todos os dias a gente vai ter um evento com os jovens, teremos a Beef Hour, uma proposta de conteúdo durante a semana com carne ali ao vivo. E no sábado, dia 23, um grande festival de carne, Beef Hour do Cacá, em parceria com o Varanda.
Fale um pouco sobre a origem da Feicorte e como ela evoluiu ao longo dos anos.
A Feicorte nasceu em São Paulo, no Centro de Exposições Imigrantes. Na verdade ela foi criada até com outro nome, se chamava ExpoCorte e depois teve 19 edições como Feicorte. A Feicorte sempre foi considerada, na época de São Paulo, o maior encontro da pecuária da América Latina. Durante esses 19 anos, a gente tinha muitos animais, muito conteúdo, todo o setor da pecuária se encontrava na Feicorte. Eles já sabiam que em junho, na época era o mês da Feicorte, havia esse grande encontro. Em 2013, ela teve que parar por conta do espaço. O Agrocentro, que era o grupo que comandava a feira, perdeu a concessão do Centro de Exposições Imigrantes e ela acabou em 2013. A partir daí fizemos alguns eventos sem animais, no modelo pocket da Feicorte, e até a mudar o nome para Circuito Intercorte. Mas neste ano, veio o desafio lançado pelo secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, de retomar a Feicorte, em Presidente Prudente.
E como você encarou o desafio de organizar esse evento?
Aceitei o desafio na mesma hora porque a Feicorte é um evento que até hoje está na memória de todo mundo. Quem passou pela Feicorte nunca esquece, é uma coisa impressionante.
O que caracteriza uma feira técnica como a Feicorte? Quais são os principais objetivos desse tipo de evento?
A Feicorte sempre foi e vai continuar sendo um evento de negócios. Negócios com animais, negócios com as empresas do setor que participam. Então a gente sempre preza muito por isso. A Feicorte é uma feira de negócios. Esse ano, nessa retomada, ela traz uma parte de entretenimento, com carne, que é essa a ideia que a gente quer. O que queremos é falar muito da carne de qualidade que o Brasil já produz. Então o foco da Feicorte são negócios.
“O que queremos é falar muito da carne de qualidade que o Brasil já produz”
Qual o impacto que a Feicorte pode ter na cadeia produtiva da carne e na economia local?
Sempre é um impacto muito grande. Eu me lembro até, lembrando o meu chefe na época, o Décio, que era o diretor do Agrocentro que fazia a Feicorte na época de São Paulo. A empresa sempre falava, vamos trazer o número que a Feicorte gerou, qual é o número que vocês vão passar. E ele sempre falava, nunca passe esse número porque a Feicorte gera números aqui e durante muito tempo depois. Porque durante o evento se iniciam os relacionamentos e muitas das empresas vão fechar negócios depois de três meses, seis meses. Então a Feicorte é uma grande ferramenta de geração de negócios, tanto em termos de animais, quanto em termos das empresas do setor que participam. Como a gente faz isso, que é uma parte importante? Através de conteúdo de qualidade. A gente traz animais de qualidade, conteúdos de qualidade e isso gera negócios.
Como a tecnologia e as inovações serão incorporadas na feira e consequentemente na indústria da carne?
Não tem mais como não ter tecnologia e inovação em nenhum setor. E na carne não é diferente, na produção da carne de qualidade. Então a gente inclusive traz na Feicorte essas tendências de inovação, as novas tecnologias, porque hoje existe no Brasil muita coisa bacana sendo feita com muita tecnologia, com muita inovação. E a Feicorte também tem esse papel de trazer esse olhar para todo esse trabalho que o Brasil já faz nesse sentido.
“A gente traz animais de qualidade, conteúdos de qualidade e isso gera negócios”
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