Violência na escola

OPINIÃO - José Renato Nalini

Data 10/01/2018
Horário 13:56

Ninguém fica feliz quando assiste a uma cena de violência. Menos ainda, quando ela ocorre na escola. A escola tem uma simbologia evidente. É o lugar destinado a preparar a criança e o jovem para um convívio harmônico. Sem coesão social não existe sociedade civilizada. O treino para a difícil arte de partilhar interesses, sentimentos e sonhos se faz em casa, mas também na escola.

Parece ter recrudescido nos últimos tempos o fenômeno lamentável de agressões, entreveros físicos, ofensas verbais e vandalismo praticado dentro de uma unidade predestinada a promover a paz. Nada justifica essas ocorrências, às vezes com envolvimento de adultos que tomam partido. Nem sempre o partido correto, pois há quem procure defender o indefensável.

A rede pública da Educação paulista é complexa e gigantesca. Mais de 5,4 mil escolas, cerca de 4 milhões de alunos, 400 mil pessoas a depender de sua folha de pagamento, em ano de crise interminável. Nada obstante, há estratégias de promoção do entendimento. Acredito muito no Programa “Escola da Família”, com estímulo à participação de pais e comunidade na vida escolar. Sábados, domingos e feriados recebem aqueles que quiserem participar de atividades lúdicas e comunitárias, para mostrar que a escola é do povo. Foi construída com dinheiro do povo, funciona custeada pelo povo e se tiver de receber reforma para reparos que não sejam os decorrentes do desgaste natural, será dinheiro do povo mal empregado. Desperdiçado, porque poderia se destinar a outros intuitos. Principalmente quando se cuida de educação, para cuja consecução todo orçamento é pouco.

Também a instituição do Professor Mediador é algo louvável. Precisa ser incentivada e intensificada. Vicissitudes impediram que houvesse incremento, mas a causa é nobre e merecerá a devida atenção assim que houver possibilidade de retomada com novo ritmo. Não se pode descartar a atuação da Polícia Militar, sempre amiga da escola e da criança. O Brasil precisa despertar para o respeito que a polícia merece. Quem não gosta de polícia é bandido, não gente honesta. Esta deve enxergar no policial um amigo, um protetor, um fator de segurança indispensável em eras de ressentimento, a se converter em ira e em violência gratuita.

Louve-se também um acervo de iniciativas conducentes à edificação de um clima de harmonia e paz. ONGs (organizações não-governamentais) como “Um milhão de amigos”, da Professora Eliete, o Projeto de Lei 336, de 2017, do deputado Marcos Damásio (PR), que institui a Campanha “Aluno Consciente”, as palestras de pessoas que vão levar o único recado coerente nestes tempos difíceis: conviver é preciso e o convívio com o respeito à diversidade, às diferenças e a outras características ínsitas ao ser humano, é a alternativa à vitória do caos. Ninguém quer uma sociedade fraturada e dividida, mas um Brasil coeso e forte, rumo à reconstrução de seu destino de glórias.

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