Venda de genéricos nas farmácias chega a 80%

PRUDENTE - BEATRIZ DUARTE

Data 25/02/2018
Horário 14:01
José Reis, Alta no índice das vendas está relacionada ao baixo custo
José Reis, Alta no índice das vendas está relacionada ao baixo custo

Uma pesquisa divulgada no ano passado pela PróGenéricos (Associação Brasileira de Indústrias de Medicamentos Genéricos), responsável pelo setor, informa que o volume de vendas de medicamentos do tipo no país teve um aumento de 11,78% se comparado com o ano de 2016. Segundo Rosilene Martins Viel, diretora do CRF (Conselho Regional de Farmácia), 50% dos remédios vendidos em Presidente Prudente e região são genéricos. Em farmácias da cidade ouvidas pela reportagem, este percentual chega a 80%.

Para a supervisora, o alto índice de consumidores que estão aderindo ao uso de medicamentos genéricos está relacionado ao baixo valor de mercado.  Segundo a Lei Nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999, o medicamento genérico se comercializado no Brasil, deve oferecer um preço 40% a menos que o valor de um produto de referência. “Se o preço não for menor, ele não tem um diferencial para concorrer nos estabelecimentos”.

Para ela, as pessoas estão perdendo o mito de que o remédio de categoria genérico não seja bom, com o uso constante, e a verificação de que eles possuem a mesma eficiência que os demais. “Eles passam a entender que não estão em desvantagem, comprando o mesmo produto por um valor menor”. O preconceito com os medicamentos genéricos vem dos consultórios médicos, onde não é recomendável o uso do produto de referência.

Opções de escolha para o consumidor, nas farmácias existem três tipos de medicamentos: referência, genérico e similar. O primeiro é o produto conhecido como “original”, os genéricos são os que possuem um valor mais em conta. Já o medicamento similar é aquele que não passou por todos os testes de comprovação. Segundo Rosilene, isso não significa que o medicamento não seja bom. “É muito comum as pessoas utilizarem medicamentos similares e nem perceberem a diferença”.

Para o medicamento genérico poder funcionar no mercado, o laboratório responsável pela fabricação deve passar por testes de bioequivalência e biodisponibilidade, para verificar questões de absorção, dosagem, administração e formulação.

 

Na hora da compra

Claudio Roberto dos Santos, 42 anos, gerente da PrudenFarma, localizada na Avenida Ana Jacinta, diz que o estabelecimento vende por dia mais de 500 medicamentos. Desse número, cerca de 80% são remédios genéricos. Mesmo com a grande demanda pelo produto, não é comum os clientes ao chegar, perguntarem por produtos genéricos. Na intenção de vender uma mercadoria em conta, eles oferecem essa opção. “Geralmente as pessoas idosas pensam que estamos tentando enganá-las, pois eles acreditam que o medicamento é mais fraco, mas na realidade a qualidade é a mesma”.

Já na Farma Nova, uma das farmácias do bairro Jardim Bongiovani, o proprietário Carlos Eduardo Hulivan Carvalho, 29 anos, conta que as vendas de produtos genéricos e similares equivalem a 45% da renda diária. Para ele, o consumo desses dois tipos de medicamentos varia de um bairro para outro, isso porque é levado em conta pelos comerciantes o pode aquisitivo de cada região. “Hoje exige uma maior confiança do consumidor. Há uns três anos, se eu oferecesse o medicamento ninguém iria aceitar, agora as pessoas estão mais maleáveis, pois a diferença de um remédio referência para os demais pode chegar até R$12”.

 

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