Na manhã de ontem, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) confirmou o primeiro caso de sarampo em Presidente Prudente. Trata-se de um homem de 30 anos, morador da Vila Aurélio. Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o vírus foi importado da capital paulista, pois o paciente viaja constantemente aos locais onde há maior número de casos.
Elaine Bertacco, supervisora do VEM, informa que a ESF (Estratégia de Saúde da Família) do Cambuci fará uma varredura em um raio de cinco quadras da residência do infectado, para verificação das carteiras de vacinação e possíveis casos positivos da doença. A VEM ainda informa que as medidas de imunização e prevenção para os familiares e pessoas próximas ao paciente já foram devidamente efetuadas.
Mesmo que o vírus não seja originário de Prudente, a supervisora se diz preocupada, pois a doença já era tratada como erradicada e nunca havia sido registrada na cidade. “É uma patologia altamente contagiosa e o único remédio é a vacina. O que causa preocupação é a baixa adesão pela imunização. O não comprometimento em se vacinar e em não levar as crianças para garantir a dose é o que faz com que doenças como essa ressurjam”, pontua Elaine. “Orientamos que ao apresentar os primeiros sinais e sintomas, o morador procure assistência médica imediatamente e dê o endereço correto para tomarmos todas as medidas cabíveis”.
Devido ao caso em questão, a Secretaria Estadual de Saúde autorizou a imunização em crianças a partir de seis meses na cidade. Elaine ressalta que mesmo que os bebês tomem esta dose, elas ainda necessitam de outras doses, aos 12 e 15 meses. Adultos de até 29 anos devem apresentar duas doses, e entre 30 e 59 anos, apenas uma.
Procura aumenta
A reportagem visitou duas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) em Presidente Prudente, e confirmou que mesmo antes da confirmação do primeiro caso, a procura para a vacinação aumentou exponencialmente nos últimos 15 dias.
“Por mês nós fazíamos umas 20 vacinas, era maior procura de crianças e profissionais da saúde, mas agora, de 15 dias para cá, nós já fizemos 234 procedimentos. Na primeira semana do mês nós fizemos 132 doses”, comenta a auxiliar de enfermagem Lucimara Gonçalvez Dias, da UBS Dr. Darci Carneiro, do bairro Jardim Belo Horizonte. “A maioria dos atrasados são adultos, não crianças”, pontua.
Na ocasião, a diarista Cirlene Rodrigues Fovyer, 45 anos, levou várias carteiras de vacinação para ter certeza que todos de sua família estavam protegidos, e somente um de seus filhos, de 22 anos, necessitava tomar a segunda dose da vacina. “Precisamos nos prevenir”, pontua.
Na UBS Palácio da Saúde José Teixeira Libório, no centro da cidade, a procura foi maior. Segundo a enfermeira da unidade, Maria Celeste Peruqui, o aumento chegou a 100%. Desde a divulgação do primeiro caso, foram 565 doses, tendo maior procura de adultos. Bruna Fernandes Pinatto de Menezes, 31 anos, levou sua filha Mariá de seis meses para a imunização, e comenta que tinha telefonado para a UBS antes de comparecer ao local e recebeu a informação de que a dose ainda não estava sendo aplicada em crianças menores de 12 meses. “A gente vê na TV que eles vão vacinar bebês de seis meses, ate 11 meses e 29 dias, mas não foi o que me passaram por telefone, disseram que eu não vou vacinar minha bebê contra o sarampo nesta idade”, comenta a mãe, que está de viagem marcada e gostaria de garantir que a filha estivesse protegida, mesmo não viajando para áreas de risco da doença. “A partir de setembro, agora ela começa a ir para a escolinha, e meu medo é esse, quando ela for para a escola, pois agora ela fica mais em casa”.
A contadora Nayara Rodrigues, 34 anos, afirma que foi procurar a dose contra a doença, pois está com medo do surto presente no país. Ela comenta que normalmente deixa suas vacinas todas em dia, assim como sua família. “É preciso se prevenir”, conta.