Chuvas fortes, concentradas e repentinas provocando alagamentos. Secas que se alongam além do normal gerando problemas no abastecimento, na geração de energia e na atividade agrícola. Calor fora de hora, frio fora de época. Não há dúvidas de que vivemos atualmente uma grande variabilidade do clima e que este é um debate urgente e fundamental.
A COP 25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019), realizada recentemente em Madrid, trouxe discussões importantes, mas os resultados foram pouco efetivos. Embora o debate esteja correto, há um foco excessivo em discussões conceituais e falta uma abordagem mais profunda em ações inovadoras, realistas e eficientes de mitigação, adaptação e financiamento, como, por exemplo, a construção de infraestrutura de segurança hídrica, créditos de carbono e fundo de adaptação.
O ambientalismo radical culpa o setor produtivo, associando indiscriminadamente o uso do solo e da água às mudanças climáticas. É fato que o desmatamento ilegal deve ser combatido, bem como as nascentes dos rios e as áreas de preservação permanentes precisam ser cuidadas. No entanto, é ilusório defender a não utilização de recursos naturais, principalmente da água e do solo. O que se pode e deve exigir é o uso consciente, equilibrado e calculado desses recursos.
No Brasil, a agricultura é a forma de subsistência de parte da população e um dos pilares da economia. Ou seja, a vida de milhões de pessoas depende diretamente do uso dos recursos naturais. As exigências e restrições radicais que tentam ser impostas são armas letais contra a sobrevivência de uma nação e a vida de sua população.
É necessário inovar e apresentar novos modelos de uso responsável, o que já é uma realidade no Brasil. O agronegócio, assim como todo o setor produtivo, se modernizou, adota cada vez mais soluções sustentáveis, sendo um exemplo no uso racional dos recursos naturais.
O Estado de São Paulo conta com uma série de programas da Secretaria de Agricultura, incentivando o uso racional dos recursos naturais e a sua recuperação, sempre associados ao estímulo das atividades e à geração de renda.
O debate é fundamental, mas não é necessário que se coloque um “ou” quando se trata do uso de recursos naturais e sim um “e”. Ou seja, usar e preservar com consciência e inteligência, garantindo assim água e alimento para todos, cuidando do presente e protegendo o futuro.