Na área central de Presidente Prudente, os maiores valores médios de locações de casas com três dormitórios tiveram uma redução de 66,66% em dezembro do ano passado, com relação ao mesmo período de 2016. Enquanto 2017 terminou com aluguéis em torno de R$ 1,5 mil, o preço verificado no final do ano anterior foi R$ 4,5 mil. Em contrapartida, os valores das casas com dois quartos passaram de R$ 600 para R$ 750, o que representa uma elevação de 25%. Já com relação aos apartamentos, aqueles compostos por um único dormitório registraram um aumento de 22,22%, saindo de R$ 450 para R$ 550, ao passo que os imóveis com dois dormitórios demonstraram crescimento de 30,76%, saltando de R$ 650 para R$ 850. Não constam os valores referentes aos apartamentos com três dormitórios.
Os dados foram levantados no balanço mais recente divulgado pelo Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), que disponibiliza mensalmente o relatório de vendas e locações de imóveis em todo o território paulista.
Em linhas gerais, o que se verifica é que enquanto o maior valor médio das locações de imóveis com três dormitórios apontou baixa no centro de Prudente, o preço daqueles com dois quartos apresentaram alta na cidade. Conforme representantes de imobiliárias locais, isso ocorre em função da lei de oferta e demanda, uma vez que a queda na procura por casas e apartamentos maiores justifica a redução dos preços.
O gerente de locações da Imobiliária Ari Barriguella, Jefferson Mota, explica que os imóveis com três quartos se tornaram menos visados porque, atualmente, as famílias optam por moradias menores a fim de diminuir as despesas. Segundo ele, mesmo os casais com dois filhos preferem aquelas com dois dormitórios, sendo um deles compartilhado pelas crianças. Jefferson afirma que a alta procura por locais menores fez com que muitas casas e apartamentos maiores permanecessem parados. “Hoje, o cliente que quiser um imóvel com três quartos pode escolher a dedo, porque as opções são muitas”, comenta.
O gerente de locações da Imobiliária Rio Branco, Richard Pereira, por sua vez, argumenta que os clientes querem praticidade na hora de alugar o imóvel, pois quanto menor for o local, mais fácil será a manutenção, diferente daquelas residências ou apartamentos que dispõem de três quartos, suíte, cozinha planejada, área de lazer, entre outros espaços que geram despesas extras. Já o sócio proprietário da Kelly Imóveis, Maycon Gladson Videira, pondera que muitos interessados preferem casas com metragens menores do que manter cômodos ociosos. No entanto, acredita que o recuo nos valores médios dos imóveis maiores fez com que a diferença entre as moradias com dois dormitórios e aquelas com três seja mínima. “A economia é de R$ 100 ou R$ 200 em alguns casos. Mas para quem é assalariado, já é uma grande diferença, pois resulta em um desconto grande no final do ano”, avalia.
Recuperação do mercado
Embora a crise tenha afetado diretamente o mercado imobiliário, Jefferson, da Imobiliária Ari Barriguella, já vislumbra uma melhora no cenário das locações. Ele aponta que o número de negócios fechados em janeiro deste ano é superior ao total de contratos firmados nos últimos três meses de 2017. O momento do ano é, claro, oportuno, considerando que marca a chegada dos universitários na cidade. “O início e o meio do ano são os períodos mais favoráveis, pois são quando os estudantes procuram o aluguel. Depois disso, as locações começam a cair, porque normalmente os universitários já estão acomodados”, expõe.
Por outro lado, Richard, da Imobiliária Rio Branco, sentiu a recuperação do estabelecimento no final do ano passado na comparação com os primeiros meses de 2017. A situação favorável acompanha o início de 2018, o que ele atribui à estabilização da economia. “Por conta da crise, as pessoas ficaram com medo de investir em locação. De 2015 a 2016, víamos que a demanda maior era de estudantes. Já hoje, o público é misto e inclui aqueles que estão vindo para Prudente por motivo de trabalho, transferência ou até mesmo para morar com a família”, relata.
Maycon, da Kelly Imóveis, por sua vez, pontua que os imóveis com preços justos não encontram dificuldades para ser alocados. O problema reside nas vendas. “Estão paradas, porque o pessoal está segurando os bolsos. Além disso, a linha de crédito não melhorou e a quantia que os bancos estão liberando está muito baixa”, considera.
A reportagem tentou repercutir as informações com o delegado regional do Creci, Alberico Peretti Pasqualini, contudo, o mesmo está ausente da cidade por motivos de saúde.