Para quem trabalha com carteira assinada, com a chegada do fim de ano, vem com ele a certeza do recebimento do décimo terceiro salário. Mas aos que vão ter acesso ao benefício, economistas orientam que o momento é de cautela, e a destinação e utilização desse valor extra devem ter planejamento. A prioridade, ainda de acordo com os especialistas, é a quitação de débitos.
E quando se fala em dívida, a questão é pensar não só nas que estão em atraso e a vencer, mas nas que futuramente aparecerão, como observado pela economista Josélia Galiciano. “A prioridade é liquidar dívidas e de preferência poupar, pensando também nas despesas de começo de ano”, completa. E nos exemplos mais comuns estão os débitos de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e compras de material escolar.
Atrelado a isso, a também economista Edilene Takenaka adverte que o fato de ser um dinheiro extra não quer dizer que não deva ter cuidado. “Ele vem para socorrer e a prioridade desse momento é ver o que há de pendência e se preparar para o que pode vir”, pondera. Além disso, o benefício pode ser usado, segundo ela, para algum consumo emergencial, a compra de algo que realmente necessário, e sempre à vista, para evitar endividamento. E o mesmo conselho é dado pelas economistas, no que tange a usar o dinheiro para compras de fim de ano, com pagamento no ato e evitando parcelamento.
Agora, caso a pessoa não tenha dívida, já tem o costume de se preparar ao longo do ano para os tributos comuns e o dinheiro vem como um extra livre de compromisso, há quem pense em investir. Nesse caso, Josélia ressalta que existem algumas carteiras de ações interessantes, mas é sempre bom pedir auxílio ao gerente bancário, a fim de verificar qual a melhor aplicação possível no momento.
No entanto, o momento é visto como propício à cautela, em vista do cenário político enfrentado. Tanto Edilene quanto Josélia destacam que se faz necessário realmente avaliar a possibilidade de ganho nesse investimento. “O ideal para o nosso trabalhador é pensar que existem duas formas de carteira: a que dá mais rentabilidade, mas com risco maior, ou menos rentabilidade, porém, mais seguro. Mas o investimento geralmente é em dólar e as oscilações têm sido frequentes”, avalia Edilene.
E mesmo no caso em que a pessoa tenha avaliado o mercado e optado pelo investimento do valor, a dica principal, de acordo com as especialistas, ainda é não dispensar a ajuda profissional.