Urnas eletrônicas estão isentas de fraudes, garante Justiça Eleitoral

Segundo chefe de cartório da 182ª ZE, máquinas passam por lacração e se conectam apenas a uma rede especial do TSE

Eleições - SANDRA PRATA

Data 28/10/2018
Horário 05:14
Arquivo - Após eleição, urnas são encaminhadas para as ZEs para a transmissão de votos
Arquivo - Após eleição, urnas são encaminhadas para as ZEs para a transmissão de votos

Amanhã é dia de ir novamente às urnas escolher os representantes do governo do Estado e da presidência da república. E, embora o Brasil seja um dos 35 países do mundo que realizem o voto por meio da urna eletrônica, o método é constantemente vítima de difamações e dúvidas quanto a sua credibilidade. Os boatos que circularam durante o primeiro turno variavam desde fraudes até votos computados automaticamente. Para sanar dúvidas a respeito do sistema eleitoral, a reportagem contatou a chefe do cartório da 182ª ZE (Zona Eleitoral), Patrícia Camargo Spolador, que conta um pouco sobre o processo de contagem e apuração.

De acordo com Patrícia, para começo de tudo, é preciso conscientizar a população de que a possibilidade de fraude ou de hackearem as urnas, é “zero”.  Segundo ela, além da transmissão de voto ser um processo aberto ao público, sua computação e apuração ocorrem em um sistema especial desenvolvido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “Em hipótese alguma essas informações são veiculadas pela rede de internet nem por qualquer rede que pessoas não autorizadas tenham acesso”, explica. Porém, até obter os resultados de uma eleição é preciso seguir um cronograma que, segundo a chefe de cartório, é “simples”.

“Após o término das votações [às 17h], as urnas são encaminhadas para as zonas eleitorais, e começa o que chamamos de transmissão de votos. No caso da zona 182ª, fazemos essa transmissão na nossa sede mesmo. Na ocasião ficam presentes quatro servidores do cartório, três técnicos de urna, quatro membros da junta eleitoral, um juiz e um promotor eleitoral. No total são uns 15 envolvidos geralmente”, pontua Patrícia.

Feito isso, as listagens são enviadas aos órgãos responsáveis pela contagem e apuração, sendo eles o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) e o TSE. O primeiro cuidando da eleição estadual e o segundo da federal. A partir daí, ela explica que o próximo passo é aguardar até que saia o resultado que ocorre de forma instantânea nas mídias.

Antes da eleição

Há 10 dias, as urnas eletrônicas passaram por um processo chamado lacração. Isso, conforme Patrícia, nada mais é que a certificação de que as máquinas estão em alinhamento com a determinação do TSE. Conforme ela, a ocasião pode contar com a presença da população que se interesse em saber um pouco mais sobre o assunto. “Todas as urnas passam pela implantação de um código que diz respeito ao sistema de votação do TSE. Após isso, o juiz eleitoral presente na ocasião pode escolher uma das máquinas e conferir se, de fato, o código é o mesmo e se não passou por nenhuma alteração que possa comprometer o andamento correto das votações”, expõe. Essa certificação, segundo explica, é feita por meio de um relatório impresso pela urna. Neste documento estão presentes o código e a listagem sem numeração de votos, “provando que a urna está vazia”, relata.

Urna, bom ou ruim?

Muito se fala em voto impresso. Para algumas pessoas, essa seria a solução para “eleições fraudadas”. Porém, conforme a chefe de cartório, isso não passa de ilusão. O motivo, segundo expõe, é por se tratar de um “retrocesso notório” na praticidade e confiabilidade do atual modelo. “Antigamente, demorava um dia inteiro para obter o resultado de uma eleição. Hoje, isso se resolve em questão de horas”, acentua.

Outra vantagem destaca por ela é a questão da anulação de votos. Isso porque, no caso de voto impresso, a validação das escolhas depende da compreensão dos dígitos e da caligrafia feita a mão. Ou seja, está mais suscetível a anulações ou erros de computação. “Na urna eletrônica isso não acontece, a pessoa só anula o voto se tiver motivada a isso”, frisa.

SAIBA MAIS

Segundo o TSE, o Brasil é um dos poucos países que conseguiu expandir para quase todos os eleitores o sistema de voto eletrônico. Implantado em 1996, hoje é considerado referência internacional e já atraiu o interesse de diversas nações em conhecer e utilizar o sistema. Isso fez com que ocorresse o empréstimo de urnas do TSE para países como República Dominicana, Costa Rica, Equador, Argentina, Guiné-Bissau, Haiti, México e Paraguai.

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