UEPP propõe construção de ramal ferroviário

Estrutura entre Parapuã e Prudente colocaria a região na Malha Paulista, possibilitando o escoamento da produção agrícola por meio do modal até o Porto de Santos, um dos maiores do país

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 27/12/2019
Horário 06:34
Jean Ramalho - Marcos Lucas foi à Brasília propor a construção do ramal como obrigação da nova outorga
Jean Ramalho - Marcos Lucas foi à Brasília propor a construção do ramal como obrigação da nova outorga

Atualmente, a cidade de Presidente Prudente, e boa parte de sua região administrativa, está ligada à Malha Ferroviária Sul, e não à Malha Paulista, o que impossibilita, por exemplo, o escoamento da produção agrícola da região pelo transporte ferroviário até o Porto de Santos, um dos maiores do Brasil - situação que tem impacto econômico bastante negativo, explica o presidente da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente), Marcos Antônio Carvalho Lucas, 49 anos.

A fim de mudar essa realidade do transporte regional é que Marcos Lucas esteve em Brasília (DF) para conversar com a secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias, Natália Marcassa, sobre a possibilidade de incluir-se nas obrigações da empresa concessionária Rumo a construção de um novo ramal de bitola larga ligando Parapuã a Prudente, em torno de 74 quilômetros, o que colocaria, definitivamente, a capital regional de volta à malha ferroviária do Estado e do país.

Para conseguir a concessão da Malha Paulista por mais 30 anos, a empresa Rumo, destaca Marcos Lucas, ofereceu outorga de R$ 5 bilhões em investimentos, junto à proposta de retomar as operações no ramal de Jaú (Bauru, Marília, Tupã, Osvaldo Cruz, Parapuã e Panorama). O presidente da UEPP afirma que, em função da promessa, o TCU (Tribunal de Contas da União) liberou a antecipação da concessão, adicionando algumas obrigações. “Conversando com a Associação de Preservação da Memória Ferroviária, sediada em São Paulo, o presidente Sérgio Feijão Filho apresentou um estudo de viabilidade para nos colocar na Malha Paulista, acompanhando o traçado da Rodovia Assis Chateaubriand [SP-425]”, pontua.

Da mesma forma, Marcos Lucas reitera, o prefeito de Presidente Venceslau, Jorge Duran Gonçalez (PSD), luta junto ao Ministério da Infraestrutura para que a Ferrovia Norte-Sul, cujo traçado original perpassa a cidade, não tenha alterações em seu percurso, como já ocorreu em outras localidades. “É uma política de médio e longo prazo, com um ramal em Prudente e outro em Venceslau, com trens de bitola larga que melhora a logística, incentiva a indústria, significa grande redução de custos, traz o desenvolvimento regional, dessa forma não será difícil viabilizar a reforma do trecho Presidente Epitácio – Ourinhos”, salienta o presidente da UEPP, ao destacar que o novo ramal seria como uma compensação ao sucateamento do trecho Epitácio – Ourinhos.

MINISTÉRIO E RUMO

SOBRE A VIABILIDADE

O Ministério da Infraestrutura enviou nota à reportagem, na qual se limita a dizer que “avalia a viabilidade técnica das demandas apresentadas à luz das necessidades prioritárias de investimentos na malha”.

Já a empresa concessionária Rumo expõe que “em relação à Malha Paulista, a aprovação do TCU representou mais uma importante etapa de renovação antecipada do contrato de concessão. Agora, a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] fará os ajustes solicitados pelo TCU para dar continuidade no processo”. “Todas as alternativas de transporte ferroviário para Presidente Prudente [Malha Sul] foram apresentadas de acordo com as distâncias de origem e destino, obedecendo aos termos indicados dentro do teto tarifário homologado pela agência. Até o momento, a empresa não recebeu nenhuma proposta comercialmente viável”, pontua.

Quanto à proposta à empresa, a UEPP enfatiza que reúne-se hoje, às 9h, no Aruá Hotel, com a concessionária. “Acreditamos que essa será mais uma reunião para cumprir tabela, assim como foram nas vezes anteriores. Não acreditamos nos fundamentos que a Rumo vem nos apresentar, já que a demanda deles não condiz com a nossa”, ressalta Marcos Lucas.

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