Transcenda o dinheiro

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 07/03/2019
Horário 05:26

Ganhar o primeiro milhão de reais é para muitos o objetivo de vida! Afinal, entrar para o time de milionários é a grande realização para qualquer pessoa! Enquanto uns se veem obrigados a adiar tal realização. Outros conseguem o prêmio principal deste jogo do milhão. Li recentemente, no site “jovemadministrador”, um artigo do escritor e palestrante Diego Andreasi, intitulado “Será que vale a pena ser milionário?”. Neste, Andreasi cita o exemplo de um gringo que se tornou milionário – algo em torno de R$ 50 milhões – e quando o felizardo milionário foi indagado sobre como é ser rico, disse que “ser rico é melhor do que não ser, mas não é nem de perto tão bom quanto você imagina. Talvez você esteja de olho num Audi – uma vez que você consegue comprá-lo facilmente, ele não significa muito para você agora”.

É estranho dizer, mas estes milionários ainda se sentem pobres! Afinal, o grupo referência que estes convivem ainda terá carros melhores e mais caros, ainda irão a lugares que nem sempre alguns milhões podem pagar. E, não adiantará conquistar outros milhões, a conta nunca fecha! Chega um momento que os “amigos” compram obras de artes únicas! E lá está o milionário se sentindo infeliz novamente.

Pessoas que atribuem excessivamente valores ao dinheiro estão fadadas – quando o destino permite –, a envelhecer e morrer infelizes: por não ter aproveitado a vida; por ter negligenciado a saúde; o tempo consigo mesmo e com as pessoas que as querem bem; com a natureza…

E tudo isto para quê? Para, no pós morte, deixar o patrimônio a cargo dos herdeiros que tomam para si o que é de direito e lançam sorte ou disputas pessoais e judiciais sobre recursos pelo qual não há consenso na divisão. Claro que há exceções, mas infelizmente não se trata da maioria.

Por outro lado, conheço pessoas fantásticas, prósperas. Estas parecem sempre estar “em construção”. Não se preocupam com o quanto acumularam, ou ainda, se vão acumular mais. Buscam viver agradecidos pelo que tem. São resolutas, equilibradas, corajosas, bem-humoradas, saudáveis, esperançosas, cheias de projetos, cheias de vida! Sabem que o dinheiro compra apenas aquilo que tem preço e não o valor que isso traz para cada um de nós.

É como diz o poema de Paulo Jordão: “O dinheiro compra a casa, mas não te dar o lar... Compra o remédio, mas não te dá à saúde... Compra a cama, mas não te dá o sono... Compra o crucifixo, mas não te dá à fé”. Tudo isso não significa que o dinheiro não é importante, com certeza é muito importante. As empresas vivem de lucro e, sem este, é falência na certa. A questão é dar a devida importância aos recursos e transcender para questões mais nobres que o próprio dinheiro. Afinal na base destas empresas estão seres humanos que, além do dinheiro, precisam de equilíbrio nas outras áreas da vida.

Publicidade

Veja também