Passando pelo calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, em Presidente Prudente, na manhã de ontem, não era difícil encontrar pessoas olhando as vitrines, pesquisando preços e procurando novos destinos para a segunda parcela do 13º salário que receberam. Esse é o caso da auxiliar administrativa Sueli Aparecida Silva, 37 anos, que, grávida de sete meses, tirou um tempinho para comprar o berço e o colchão do bebê. Conforme ela, o dinheiro extra já “tem dono” e será gasto exclusivamente com reformas em casa para receber o novo membro da família. “Estamos ampliando o quarto para ter mais espaço. Como foi uma gravidez inesperada, o dinheiro veio em boa hora”, comenta. Mãe de um menino de 10 anos, a prudentina ressalta que em casa o assunto não é outro além da chegada do irmão. “Com o resto do dinheiro espero comprar ainda mais coisas para a chegada”.
Enquanto isso, tem gente que vai aproveitar o dinheiro e a época de fim de ano para viajar. A profissional de cobrança, Rita de Cássia Neves de Almeida, 41 anos, por exemplo, vai passar o fim de ano na praia de Bombinhas (SC). “Mas, de resto, todo o dinheiro vai ser pagando contas [risos]”, diz. Já Danilo Fernando Galindo, 29 anos, vai aproveitar para visitar parentes em São José do Rio Preto (SP) e para comprar algumas roupas paras as festas. “Já deixei todas as contas pagas para ter esse dinheiro livre”, explana.
E também há aqueles que não vão nem viajar, e não esperam gastar tanto. Luciano Silva, 42 anos, é um desses que passou pelo centro ontem para comprar alguns presentes de Natal para as duas filhas. “É um dinheirinho que ajuda bem no orçamento de fim de ano, hoje vim gastar um pouco”, expõe. A funcionária pública Vânia Cremonesi também tem planos de dividir o 13º salário entre presentes para a família e quitação de algumas contas. “As festas vamos passar em Prudente mesmo e ter esse dinheiro extra contribui muito para eventuais gastos”, conta.
Mas quem disse que precisa gastar o 13°? A doméstica Célia Martins de Oliveira, 53 anos, já está certa de que não irá tirar um centavo do dinheiro que recebeu, “a menos que precise”. Segundo ela, gastou a primeira parcela com remédios e, por isso, vai guardar no banco o restante a fim de se prevenir de imprevistos. “Com o marido desempregado, a gente nunca sabe o dia de amanhã, então, é importante estar seguro”, explica. A vendedora Ana Paula Camargo, 25 anos, concorda. Ela conta que vai poupar o que recebeu para ajudar nas contas de início de ano. “Os primeiros meses são sempre mais puxados, com material escolar, IPVA [Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores], é bom ter uma reserva”, ressalva.
