Sinto-me livre na forma de escrever o texto dominical, ora, em suas mãos. Anelando contribuir com suas mais altas reflexões, apresento-lhe hoje uma história (ou estória) sobre a verdade e a mentira e dois outros temas: o sábado/domingo e o luto. Que o mês junino e de Copa do Mundo transcorra em confraternização, harmonia, alegria e vitórias.
Verdade e Mentira
Certo dia a mentira e a verdade se encontraram. A mentira disse para a verdade: – ‘Bom dia, dona Verdade’. E a verdade foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a mentira: –‘Bom dia, dona mentira’. –‘Está muito calor hoje, disse a mentira’. E a verdade vendo que a mentira falava a verdade, relaxou. A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio. Despiu-se de suas vestes, pulou na água e disse: – ‘Venha dona Verdade, a água está uma delícia’. E assim que a verdade sem duvidar da mentira tirou suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da verdade e foi embora. A verdade por sua vez recusou-se a vestir-se com as vestes da mentira e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua. E aos olhos de outras pessoas era mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade nua e crua.
Guardar o domingo
“O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado” (Mc 2,27-28). Jesus é Senhor também do ‘Sábado’. Os cristãos guardamos o Domingo (“Dies Domini”, “Dia do Senhor”), o primeiro da semana, de alegria e reunião festiva, da caridade fraterna, o nosso dia! A vitória do Cristo sobre a morte inaugurou a nova criação cessando as realidades passadas. Em Jesus foi celebrada a Nova e Eterna Aliança. Guardamos o domingo para que o domingo nos guarde. Guardamos o domingo porque amamos a Deus sobre todas as coisas. Nas sociedades ocidentais atuais, o domingo virou final de semana e apenas “tempo livre”. Um dia livre não pode ser um dia vazio; ele precisa de um centro interior do qual provém uma orientação para o todo. “Dar alma ao seu Domingo e dar ao Domingo a sua alma” (Cardeal Faulhaber). Seja nossa a fé professada dos mártires de Abitene, “sem o domingo nós não podemos viver”. Domingo sem missa, semana sem Graça, sem alegria nem paz!
Luto deve ser vivido
O luto é o preço do amor! Há muitas teorias sobre o luto, mas nenhuma o explica completamente. Cada pessoa o viverá como ama, de forma única. O luto não é doença, ainda que às vezes se manifeste (algumas dores) no corpo. Não se dá como fases de uma corrida e pode ser comparado a uma montanha russa com altos e baixos, especialmente, em datas significativas (dia de pais, mães, aniversário, natal, páscoa...). O luto deve ser vivido, não ignorado. Nunca estamos preparados para perder quem amamos. Cada pessoa resolve/vive o seu luto singularmente. De todo modo, entrar em contato com a morte e a perda das pessoas que amamos é transformador. Faz-nos revisar o catálogo de valores com que vivemos a nossa vida. Por fim, sem esgotar o assunto, viver o luto é uma forma de organizar interiormente o que a morte desorganizou. Não forcemos ninguém a dar passos que ainda não seja capaz de fazê-lo.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!