Taxa média do rotativo do cartão de crédito chega a 278,7% ao ano

Dado divulgado pelo Banco Central é comparativo com o mês de agosto; especialista afirma que uso pode virar “bola de neve”

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 08/11/2018
Horário 09:43

Uma pesquisa realizada pelo Banco Central revela que a taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 4,7 pontos percentuais em setembro, em relação ao mês de agosto, e chegou ao patamar de 278,7% ao ano, conforme divulgado pela “Agência Brasil”. Segundo o levantamento, a taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes, o que leva a um resultado maior do que o registrado no mês anterior ao analisar tais informações. Para a economista Edilene Takenaka, as pessoas devem utilizar, no máximo, 20% do seu rendimento mensal em cartões de crédito, já que o objeto deveria ser destinado apenas para casos de emergência. “Caso o controle seja perdido e esse consumidor caia no rotativo, a situação de dívidas pode virar uma bola de neve”, salienta.

De acordo com a “Agência Brasil”, os consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em setembro, já que este foi o cenário apresentado pelo Banco Central. Segundo a pesquisa, no caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, conforme a agência, a taxa chegou a 259,9% ao ano no período em questão, com o aumento de 9,6 pontos percentuais em relação a agosto.

“Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura -rotativo não regular - subiu 0,9 ponto percentual, indo para 292,2% ao ano. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito dura 30 dias e, após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida”, expõe a “Agência Brasil”. A economista, por sua vez, ressalta que, ao pagar o valor mínimo da fatura, e cair no rotativo, o montante devido passa para o mês seguinte, valor em que é acrescentado ainda às parcelas seguintes e os juros embutidos na negociação.

“Costumo dizer que o cartão de crédito é um instrumento que facilita o endividamento, pois, normalmente, as pessoas fazem a compra e não percebem o montante que estão gastando. Os juros do cartão são os mais caros que temos e é preciso uma atenção especial”, lembra Edilene. Ainda conforme a economista, o indicado seria que a população usasse no máximo 20% do seu rendimento mensal em cartões de crédito para o bom controle financeiro. Desta forma, seriam impedidas as compras por impulso, mas ela lembra que algumas dicas podem ser levadas em consideração para que o rotativo não se torne uma armadilha.

“Fique de olho na sua fatura, entenda todos os números que estão descritos lá e saiba exatamente o quanto de juros você está pagando. Caso caia no rotativo, é possível buscar crédito mais barato, como os créditos pessoais, que possuem juros mais baratos e podem abater a dívida do cartão. É trocar uma dívida pela outra, mas sabendo que está pagando juros menores. A regra, no entanto, é ter bom senso”, orienta a especialista.

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