Substância do chocolate traz sérios riscos à saúde dos cães

PRUDENTE - BEATRIZ DUARTE

Data 30/03/2018
Horário 08:45
José Reis | Juliane Rigolo compartilha com familiares os cuidados com os cincos cachorros da casa
José Reis | Juliane Rigolo compartilha com familiares os cuidados com os cincos cachorros da casa

O chocolate é um alimento apreciado e consumido por várias pessoas, sendo muitas vezes compartilhado com os animais de estimação, atitude não aprovada por especialistas, por trazer problemas para a saúde do animal. Segundo o veterinário de Presidente Prudente, Matheus Aragão, o chocolate tem uma substância chamada teobromina, um princípio ativo do cacau, mais perigosa ao consumo dos cães que, em grandes quantidades, tonam-se tóxicas para o seu organismo. Isso acontece porque, caso ele não consiga eliminar do corpo em uma determinada quantidade de tempo, ele ocasiona infecções.

De acordo com o profissional, o problema varia para cada cachorro. “Tem animal que se você der um pedaço pequeno de chocolate, não vai resultar em nada, mas em outros podem desencadear reações diferentes”. Os principais sintomas identificados após o consumo do chocolate são vômitos, tremores e sintomas neurológicos, que devem ser tratados por um especialista da área. “Cada caso é único, e só após a observação dos animais que o veterinário vai indicar o tratamento correto”.

Matheus explica que hoje existem laboratórios que produzem chocolates e doces próprios para os cães, e o ideal é o consumo desses produtos. De acordo com ele, qualquer doce que contenha essa substância não é indicada para o consumo, assim como alimentos ricos em açúcares, que podem acarretar em diabetes. O veterinário ainda destaca outros alimentos comuns, e que devem ser evitados aos cachorros, como a cebola, alho, tomate, temperos industrializados e alimentos cítricos. “A acidez do alimento no estômago do cão pode trazer vômitos e gastrites, o indicado é que ele consuma frutas não cítricas”.

 

Vida de cão

A estudante Juliane Rigolo compartilha com os pais e o irmão, os cuidados com os cincos cachorros da casa, Billy, Mel, Anitta, Aysha e Lolla. Ela conta que a alimentação é toda baseada em rações, que são distribuídas duas vezes ao dia, com a inserção de algum petisco, que não contenha cebola ou muito tempero. Hoje um mesmo produto para todos, ela relembra que precisou fazer adequação entre os pets, uma vez que, um dos animais possuía alergia. “É uma forma de economizar, pois dependendo do tipo de pacote que você compra, é um valor diferenciado”. Outro cuidado é a questão do grão, que Juliane explica que não pode ser muito grande, pois os animais não comem.

Para Jéssica França, estudante de Zootecnia, responsável por Rosinha, uma poodle, o uso de ração foi uma opção estabelecida nos cuidados do animal. “Acho que é bem mais fácil, porque ao consumir comida, ela já passou mal por diversas vezes”. A aluna ainda realiza a introdução de frutas, como banana e maçã no cardápio do cão.

 

SAIBA MAIS

Segundo dados do Grupo Ipet, empresa responsável por diversos produtos para pets no Brasil, o chocolate é o responsável pela maior incidência de intoxicação alimentar em cães. O problema encontra-se entre os 20 envenenamentos mais comuns descritos na literatura recente pelo National Poison Control Center - EUA (Centro de Controle Nacional de Envenenamento).  Em relação às doses tóxicas para os animais, a quantidade varia de acordo com o porte, peso e sensibilidade do animal à substância. De modo geral, em cães, é de 100 a 165mg por kg e em felinos é de 80 a 150mg por kg. Acima de 250mg/kg, a dose passa a ser letal e sinais clínicos leves podem ser observados em cães que ingeriram 20mg por kg.

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