Sociólogo avalia possível mudança em cursos

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 22/05/2019
Horário 07:00
 José Reis - Alberto Gomes: “Não tem de existir a descentralização”
José Reis - Alberto Gomes: “Não tem de existir a descentralização”

O MEC (Ministério da Educação) estuda descentralizar investimentos em faculdades de Filosofia e Sociologia. Uma postagem em rede social no fim de abril, pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), garante que alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como Veterinária, Engenharia e Medicina. Segundo o sociólogo e doutor em Educação, Alberto Albuquerque Gomes, 60 anos, a medida não é viável e que o ideal seria melhorar a formação do professor e assegurar espaços para que todas as áreas do conhecimento convivam pacificamente dentro das escolas e nas universidades.

Para o sociólogo, o governo age como se as disciplinas fossem áreas de conhecimento em que doutrina-se pessoas, o que não faz muito sentido, segundo ele, pois existe a formação de pensamento crítico em qualquer espaço. “Não tem de existir a descentralização de investimentos para o curso, o que tem de mudar é a forma com que o governo vê a universidade, afinal qual o problema ter direita e esquerda dentro de uma faculdade?”, expõe.

Segundo o sociólogo, com as novas medidas, os cursos de formação de professores irão se “esvaziar”, e que atualmente as instituições de ensino de Presidente Prudente já sentem essa “carência” de alunos que não desejam licenciar. Para ele, a falta de professores não irá afetar somente as licenciaturas de humanidades aplicadas e sim outras licenciaturas.

O ideal para Alberto é melhorar a qualidade do ensino e a formação do professor, mas não extinguir quadros de conhecimentos ou disciplinas. “Não há como uma universidade sobreviver, pois o próprio nome já diz: “universidade” é universo, é geral, não é específico”, explica.

Reflexos

Em uma segunda publicação feita pelo presidente no Twitter, ele disse qual seria a missão. "A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta", escreveu Jair Bolsonaro.

Quanto ao ensino das disciplinas dentro das escolas, o sociólogo explica que não deu tempo de “esquentar a ideia” da existência no ensino médio. “Vai perder o espaço de reflexão e voltar ao que existia nos anos 70. A pessoa saberá contar e escrever e não conseguirá pensar ou ser crítica”, explica.Em nota, o MEC afirmou que "os recursos destinados a quaisquer áreas do conhecimento serão estudados de forma a priorizar aquelas que, no momento, melhor atendem às demandas da população. Nesse sentido, não há que se falar em perdas ou ganhos, trata-se, apenas, de readequação à realidade do país".

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